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Capital

Furtos e brigas são constantes em reduto de moradores de rua

Violência, segundo vizinhos, é constante em região onde homem foi esfaqueado no último domingo

Bruna Kaspary | 15/01/2018 14:24
Calçadas na região central são refúgio para moradores de rua (Foto: André Bittar)
Calçadas na região central são refúgio para moradores de rua (Foto: André Bittar)

Conhecida por ser uma região onde há concentração de usuário de drogas e popularmente chamada de Cracolândia, os entornos da Igreja Santo Antônio, na rua Quinze de Novembro, constantemente é cenário de violências no centro da cidade.

"É comum isso nessa quadra, a gente nem se surpreende mais", afirma Maikon Souza Costa, de 25 anos. O secretário da igreja Santo Antônio lembra que é rotina que os desabrigados se desentendam e, para se proteger, correm até o local.

A autônoma Silvana Gonçalves, de 52 anos, mora nas proximidades da igreja e revela que sempre que pode, evita passar pelo local. "Eu dou a volta e faço um caminho mais longo. Ali na esquina está cheio de moradores de rua".

Moradores de rua dormem nos arredores da igreja (Foto: André Bittar)
Moradores de rua dormem nos arredores da igreja (Foto: André Bittar)

Ela ainda afirma que a insegurança é a mesma à noite ou durante o dia. "Eles fumam e bebem tudo junto, mas dá um pouco e começam a brigar", completa um moto taxista que preferiu não se identificar.

Ele lembra que trabalha no local há quinze anos e por várias vezes os pertences dele e dos colegas foram furtados. "A gente tem que deixar aqui tudo trancado, até garrafa de água eles já levaram".

Ainda conforme o relato do moto taxista, as rondas da polícia são constantes na região, mas os desabrigados só são retirados do local se há algo de ilícito encontrado com eles, ou se há mandados de prisão.

Um dos seguranças do Supermercado Alemão afirma que, no caso desse domingo, o agressor nunca tinha sido visto na região antes do crime. "Ele foi preso pouco tempo depois, mas de tarde, às 14h30, ele já estava aqui brigando e arrumando confusão de novo", conclui.

O diretor-presidente da Comissão de Segurança da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), Paulo de Mattos, afirma que a situação na Quinze de Novembro é crítica e preocupa os comerciantes.

"Existe uma parceria com as forças policiais para que façam rondas extensivas nessa região, mas essa não é somente uma questão policial, é de assistência social", conclui Mattos.

A Secretaria Municipal de Segurança confirma que há sempre rondas na região e, completando o que foi relatado pelo moto taxista, não há como retirar os moradores de rua da região, a não ser que eles queiram ser levados pela Secretaria de Assistência Social.

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