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Capital

Golpista conhecido conseguiu 38 mil em 10 dias sem sair de presídio

Aliny Mary Dias | 11/06/2013 12:17
Valfrido nega envolvimento nos casos e diz que está sendo imitado (Foto: Cleber Gellio)
Valfrido nega envolvimento nos casos e diz que está sendo imitado (Foto: Cleber Gellio)

Após 10 dias de investigação, a polícia identificou o responsável por golpes a pelo menos seis famílias de pacientes internados em clínicas particulares de Campo Grande. Valfrido Gonzales Filho, de 34 anos, é detento do presídio de Segurança Máxima e conseguiu cerca de R$ 38 mil das vítimas em 10 dias de golpes, pelo telefone. Segundo a Polícia, todas as ações eram realizadas de dentro do presídio.

Valfrido já é conhecido pela polícia por golpes praticados há alguns anos. Segundo o delegado Wellington Oliveira da 1º DP, o detento ligava para clínicas e hospitais se passando por médico e até padre para conseguir informações sobre pacientes.

“Ele tem uma boa conversa e sempre procurava informações por pacientes que passaram por cirurgias recentemente e que estavam debilitados”, conta o delegado. Depois de conseguir um histórico do paciente e contato de parentes, Valfrido ligava para os familiares.

Nas conversas, o estelionatário dizia que o estado de saúde do paciente estava grave e que exames e cirurgias tinham que ser feitas às pressas. Os valores dos procedimentos deveriam ser depositados pelos familiares em contas bancárias.

“Muitas vezes ele falava que o procedimento custava R$ 9 mil e a pessoa se desesperava porque não tinha o valor. Ele acabava combinando um valor de R$ 2 a R$ 3 mil e o parente caía no golpe”, explica Wellington.

A polícia chegou até o detento após as denúncias de famílias que procuraram as clínicas e hospitais e descobriam o golpe. O dinheiro era depositado em contas de parentes de presos da mesma cela de Valfrido. As contas bancárias foram rastreadas e a polícia começou a investigar o detento pelas passagens por estelionato.

Questionado sobre os crimes, o estelionatário negou envolvimento e justifica as situações dizendo que está sendo imitado por outro detendo. “Eu não tenho acesso a celular nenhum. Tem gente me imitando porque já viu minhas entrevistas na televisão”, diz o suspeito.

O delegado acredita que com a divulgação do caso, novas famílias podem procurar a delegacia para denunciar golpes parecidos. Apesar de já estar detido, a prisão preventiva de Valfrido foi pedida à Justiça e agora o suspeito responderá por um novo crime de estelionato.

Lábia – O delegado Wellington Oliveira conta que o detento é conhecido no meio policial pela habilidade de convencimento. Além das imitações de padre, Valfrido já se passou por vereador, policial e até desembargador.

No início do ano, Valfrido ligou para o delegado de dentro do presídio e o ameaçou. “Ele ligou aqui na delegacia se passando por desembargador e disse que eu ia receber uma medalha. Logo eu reconheci a voz e ele acabou dizendo que queria que eu parasse de investigar os casos”, contou o delegado.

Além das novas seis famílias vítimas do detento, Valfrido já responde por estelionato do golpe conhecido como envelope vazio. Os casos foram registrados ano passado e pelo menos oito pessoas caíram nos golpes.

“Ele depositava envelopes vazios e depois ligava para empresas pedindo que estornasse uma parte do dinheiro porque o valor estava errado. As pessoas devolviam e depois o banco dizia que os envelopes estavam vazios”, completa Wellington.

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