Golpista "conhecida" é presa ao se passar por advogada e enganar deficiente
Ela já esteve na cadeia por pelo menos 5 anos
”Conhecida” da Polícia há 19 anos, Margareth Vilela Pereira, 46 anos, foi presa na tarde desta quinta-feira, em Campo Grande, após se passar por advogada e enganar um deficiente visual de 50 anos, funcionário público municipal.
Ela, que estava em liberdade condicional, foi autuada em flagrante por estelionato na Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), onde a vítima fez a denúncia após esperar por horas por ela no Procon. Os dois órgãos ficam no mesmo prédio.
O funcionário público combinou com Margareth de encontra-la às 10h30min no Procon após ter recebido uma notificação de que estava em débito com o financiamento do veículo, utilizado pela esposa dele.
Financiamento este que a falsa advogada disse ao “cliente” que entraria com ação de revisão do valor das parcelas com a intenção que fosse reduzido.
Como a mulher não apareceu, o homem já desconfiado procurou a Polícia Civil. Á tarde ele entrou em contato com ela, que foi até o local e acabou presa.
O delegado Adriano Garcia explicou que desde janeiro Margareth se passa por advogada para o funcionário público. Ele havia pago a ela R$ 2,4 mil referente às parcelas do veículo e como foi informado sobre a dívida, desconfiou da mulher.
Conforme o delegado, no momento da prisão Margareth estava com mais de 10 petições judiciais em nome de presos, documentos que não têm validade.
Cliente da Polícia- Margareth é conhecida da Polícia desde 1992, sendo que em 1993 foi presa em flagrante pela Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes de Roubos e Furtos).
Ela ficou presa por cinco anos, fugiu em 2006 e foi encontrada em 2007, ano que teria aplicado a maior quantidade de golpes.
De acordo com a Polícia Civil, em 2007 ela se passava por responsável por cursos técnicos gratuitos “fantasmas” e recrutava participantes cobrando R$ 70 pela matrícula.
Três anos depois disse a uma vítima que era funcionária de um cartório e conseguiria aposenta-la. Pelo serviço cobrou R$ 2 mil.
Cliente na cadeia- Segundo o delegado Adriano Garcia, Margareth declarou que as petições que estavam com ela são de detentos que sabem que ela não é advogada.
Ela os conheceu através do namorado que é interno da Colônia Penal da Gameleira. O delegado explicou ainda que quando esteve no presídio, Margareth dizia às colegas que era advogada.
A golpista cursou dois anos de Direito e por ter noções do funcionamento da Justiça conseguia enganar algumas pessoas.