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Capital

Golpistas oferecem panelas, mas querem mesmo é fraudar cartões

Em Campo Grande, a polícia investiga pelo menos nove boletins de ocorrência de estelionato registrados contra o grupo

Geisy Garnes | 10/01/2018 18:56
Panelas vendidas pela quadrilha (Foto: Direto das Ruas)
Panelas vendidas pela quadrilha (Foto: Direto das Ruas)

A Polícia Civil investiga uma quadrilha responsável por pelo menos nove casos de estelionato em Campo Grande. Nos últimos dois meses, integrantes do grupo abordaram vítimas em estacionamentos de supermercados oferecendo panelas supostamente importadas. Na verdade, a venda servia para os suspeitos clonarem cartões e furtarem as vítimas.

O último caso foi registrado nesta quarta-feira (10), mas aconteceu no dia 30 de dezembro. A vítima, um militar de 40 anos, procurou a Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado) nesta manhã e contou que foi abordado pelos integrantes da quadrilha quando chegou a um supermercado da Avenida Duque de Caxias.

O suspeito, identificado Guido Cristo de 23 anos, se aproximou da vítima oferecendo panelas com fundo de cerâmica e de aço cirúrgico de uma empresa alemã, a Mayerhouse. Afirmando estar fazendo uma liquidação para conseguir voltar ao Rio Grande do Sul, sem pagar excesso de bagagem, o homem convenceu a família a conhecer a mercadoria.

Segundo a vítima, a apresentação das panelas foi feita por um mulher, que já aguardava o casal em uma caminhonete S-10. A suspeita foi identificada como Sabrina Saul Costa, de 23 anos.
Durante a negociação, os suspeitos apresentaram todas as qualidades do jogo de panela supostamente importados, afirmaram que o preço na internet pelo conjunto chegava a R$ 10 mil e ofereceu o produto por R$ 3 mil.

Para a polícia, o militar contou que chegou a verificar o preço das panelas da internet e que toda a conversa demorou vários minutos. Ele relatou ainda, que quando pensou em desistir da compra, duas mulheres se aproximaram e começaram a conversar, em uma tentativa de distração.

Por fim, a família comprou o jogo de panelas e valor que foi dividido em 12 parcelas de R$ 250. Foi ao sair do supermercado que a vítima percebeu outras pessoas oferecendo a mesma mercadoria e em casa descobriu que havia caído em um golpe.

Na internet ele encontrou denúncias de estelionato no mesmo molde e viu que as panelas eram de um outra marca, muito inferiores às originais. Na delegacia, o militar ainda descobriu que outras oito vítimas procuraram a polícia em Campo Grande após caírem no golpe e que os suspeitos também eram investigados por clonagem de cartões e furtos.

O Golpe - Nacionalmente conhecido como “Golpe da panela”, o crime funciona sempre da mesma maneira. Os autores abordam as vítimas em lugares movimentados, na maioria das vezes em estacionamento de supermercados e oferecem as panelas importadas por um preço muito abaixo do mercado.

As vítimas são induzidas a comprar o produto, que além do “preço baixo”, pode ser dividido em várias vezes no cartão. Conforme apurado pela reportagem, em Campo Grande, a polícia já investiga a clonagem dos cartões de crédito dos compradores, que no momento do pagamento precisam passar o cartão várias vezes por “erros no sistema”.

Em outro caso, também na Capital, os suspeitos passaram valores muito acima do combinado, em vez de R$ 100 a compra saiu por R$ 1000. Investigações iniciais já identificaram parte do grupo e dois veículos usados por eles foram apreendidos, além de panelas que seriam vendidas e também máquinas de cartão.

Além dois dois suspeitos identificados pelo crime na Duque da Caxias, a polícia identificou Leandro Cristo, de 24 anos e uma adolescente, de 17 anos, como integrantes da quadrilha. Como não houve flagrante, os suspeitos respondem em liberdade por estelionato. Os casos devem ser investigados pela 1ª Delegacia de Polícia Civil.

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