Greve da Construção Civil atinge canteiros de obras de Três Lagoas
A greve dos operários da construção civil, que começou na semana passada em Campo Grande, se estendeu para o interior do Estado. De acordo com o presidente da Sintracom/CG (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e do Mobiliário de Campo Grande), José Abelha Neto, nove mil operários de Três Lagoas também pararam suas atividades.
Ele ressaltou que a reunião marcada para hoje, às 14h no Ministério do Trabalho, com a Sinduscom/MS (Sindicato Intermunicipal da Indústria da construção do Estado de Mato Grosso do Sul) deve dar um “norte” ao movimento grevista em todo Estado, já que a negociação fixará o piso estadual dos profissionais.
“Queremos fechar um acordo com a classe patronal, Três Lagoas resolveu parar porque seguiu nosso movimento e outros municípios já estão realizando assembléias que podem incidir em novas greves”, afirmou Abelha. Segundo ele, a próxima cidade que deve “ingressar” na greve é Dourados, que já está articulando esta ação desde a semana passada. “É preciso ter união para que nossas reivindicações sejam atendidas”, destacou.
Esta reunião, marcada no Ministério do Trabalho, foi uma iniciativa do Sinduscom/MS, que por meio de sua assessoria, ressaltou que só negociaria com a mediação da entidade, já que não concordava com os métodos empregados pelos grevistas. Entre as reclamações, estavam “supostas” coações a funcionários a ingressar na paralisação, sem que estes concordassem com o ato.
Segundo o movimento, 50% dos operários em Campo Grande estão em greve, o que representa 15 mil trabalhadores da construção civil. Os grevistas almejam começar uma negociação com a proposta de 33% do reajuste, já os patrões enviaram aumento de apenas 6,67%, seguindo os índices de inflação.
Propostas - Para os auxiliares de serviços gerais, os patrões ofereceram piso salarial de R$ 680,00. Enquanto que os operários almejam R$ 770,00. Aos auxiliares de escritório o piso está em R$ 680,00 e a classe quer aumento para R$ 880,00.
Serventes e vigias receberam a proposta de R$ 719,00 contra os R$ 880,00 pedidos pela classe. Meio Oficial R$ 802,00 contra R$ 1.035,00. Oficial R$ 992,89 contra R$ 1.190,00. Apontador, R$ 980,00 contra R$ 1.190,00. Motorista, R$ 992,00 contra R$ 1.190,00. Aos Mestres de obras foi proposto R$ 1.500,00 contra os R$ 1.860,00 que eles reivindicam.