Greve deixa crianças sem aulas e funcionários protestam na praça
Greve dos funcionários dos Ceinfs (Centros de Educação Infantil) e Cras (Centros de Referências de Assistência Social) deixa milhares de crianças sem atividades a partir desta quinta-feira. Enquanto os profissionais fazem protesto na Praça do Rádio, os alunos voltaram para casa. A rede conta com 100 Ceinfs e 19 Cras.
O número de crianças nas creches é contraditório. A Prefeitura de Campo Grande informou que 13,8 mil estudantes são atendidos nos Ceinfs. O sindicato da categoria estima que são 15 mil.
O menino Vitor Hugo de Souza, 2 anos, ficou sob os cuidados da avó Conceição de Alves de Souza Almeida. Ela conta que a filha levou o garoto ao Ceinf Maria Dulce Prata Cançado, no Jardim Noroeste, às 6h30, quando soube da paralisação. Horas depois, a avó e o garoto retornaram ao local, que permanece sem alunos. “Vou ficar cuidando dele, auxiliar nesse momento”, diz a avó, pois a mãe de Vitor Hugo precisa trabalha.
Segundo a direção, a creche também teve que dispensar 60 crianças de idade pré-escolar. Elas são atendidas por professores, que foram ao trabalho, mas não há condições de manter as aulas sem os serviços de cozinha e limpeza.
No bairro Panorama, 220 alunos do Ceinf Sônia Helena Baldo ficaram sem aulas. A direção informou que cinco crianças foram hoje à creche. A maioria dos pais foi avisada ou ficou sabendo da paralisação pela imprensa. Os 50 alunos do pré-escolar também tiveram que ser dispensados por falta de estrutura para atendê-los.
No Centro de Educação Juraci Galvão Oliveira, residencial Oiti, região do bairro Maria Aparecida Pedrossian, um cartaz avisa sobre a greve. Não havia funcionário no local.
A greve é motivada por impasse salarial entre o poder público e administração da Omep (Organização Mundial para Educação Pré-Escolar) e da Seleta (Sociedade Caritativa e Humanitária), responsáveis pela contratação de 1,1 mil profissionais. São recreadores, atendentes, cozinheiras e pessoal da limpeza.
Os trabalhadores se concentraram na Praça do Rádio. Segundo o Senalba (Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional ), na primeira semana de maio a categoria se reuniu com a direção das duas entidades e ficou acordado um reajuste de 9%, referente a inflação do período, além da redução da jornada de trabalho de 7 horas para 6 horas, caso a prefeitura liberasse. Contudo, devido à falta de verba, apenas a redução da jornada seria autorizada.
A reportagem aguarda resposta da assessoria de imprensa da prefeitura sobre a adesão à greve.