Gripe suína matou caçula de 2 anos 10 dias após os primeiros sintomas
A pequena Elisabeth Cabral de Oliveira, 2 anos, primeira vítima da Influenza H1N1, conhecida como gripe suína, morreu 10 dias após sentir os primeiros sintomas da doença, em Campo Grande. A morte foi confirmada ontem (8) pela SES (Secretaria de Estado de Saúde). “Bethinha”, como era chamada entre os familiares, é a caçula de quatro irmãos e considerada a “alegria da casa”.
Segundo a dona de casa Estela Chaparro Cabral, 36 anos, a filha começou a passar mal no dia 26 de junho. Segundo ela, a menina reclamava de fortes dores na barriga, no entanto, ela foi medicada em casa, pois a mãe achou que se tratava de uma possível intoxicação alimentar.
“Ela comeu manga verde sem a gente ver na casa da avó e agente não levou de imediato no posto porque achou que era uma dor de bariga normal. Demos um chazinho e ela melhorou”, disse.
No entanto, dois dias depois, no domingo, a menina acordou novamente reclamando de dor, com diarreia e tossindo.
Na segunda-feira (29), os pais decidiram levá-la na UPA (Unidade de Pronto Atendimento Médico) da Vila Almeira.
Segundo a mãe, depois de uma longa espera, a menina foi examinada e liberada após o medico receitar a ela dipirona, soro para o nariz e antialérgico.
No dia seguinte, a menina continuou com diarreia e febre e os pais decidiram levá-la novamente à unidade de saúde.
“Decidimos voltar com ela no posto porque ela estava piorando cada vez mais. E fazia mais de um dia que ela não comia direito. Precisou até tomar um soro pra melhorar”, disse.
Segundo a mãe, exame de raio x constatou que a menina estava com principio de pneumonia, no entanto, os médicos disseram que não havia risco e foi receitado um antibiótico para que ela melhorasse.
“O médico disse que ela iria melhorar que e em três dias se ela piorasse era pra voltar lá, mas ela continuou com dor na barriga, febre e dificuldade para respirar”, disse.
Na quarta-feira (2), a menina foi atendida no Cempe (Centro Municipal Pediátrico) e encaminhada para a Santa Casa onde ficou internada até o sábado (3), quando veio a falecer.
“Infelizmente eles diagnosticaram como uma pneumonia grave somente na sexta-feira. Foi quando eles passaram o remédio adequado pra gripe. Mas, não deu tempo. De um dia para o outro todo o pulmão dela ficou tomado. Poderia ter evitado isso”, lamentou.
Ainda abalada pela perda da filha, Estela diz que a filha estava recém se recuperando de um resfriado, motivo pelo qual ela não tinha a vacinado contra a gripe.
“Tem muita coisa que a gente pensa neste momento. Muita coisa que poderia ter feito. Até mesmo poderia ter vacinado ela e talvez ela resistiria mais. Infelizmente ficamos com essa sensação de impotência. Perdemos a alegria da nossa casa”, finalizou.
Dados - Conforme os dados, o número de mortes pelo gripe Influenza A aumentaram para três, todos registrados em Campo Grande. Sendo que duas foram pelo H3N2 e uma, que ocorreu entre os dias 1 e 8 de julho, pelo H1N1.
No ano passado foram 29 mortes no Estado, sendo 21 pela gripe suína e 7 pela H3N2 e uma por uma Influenza ainda não subtipada. O ano de 2009 foi quando ocorreu mais mortes no Estado pela H1N1, registrando 26 óbitos.
O número de casos notificados em Mato Grosso do Sul também aumentou de 155 para 169, em apenas uma semana.
Somente na Capital, foram 11 novos casos, chegando a 122. Mais dois casos de H1N1 foram confirmados, sendo um em Campo Grande e o outro em Miranda.
No ano passado, a gripe causou a morte de 29 pessoas no Estado, um recorde.