Investigado por ligação com o PCC, advogado tenta prisão domiciliar
Bruno Ghizzi está preso desde 25 de março e defesa aponta criminalização da advocacia
Preso há 52 dias, o advogado Bruno Ghizzi tenta prisão domiciliar. Em 25 de março, ele foi alvo de operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) contra a “Sintonia dos Gravatas” (termo do crime para advogados) e a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Depois de ter habeas corpus negado pelo juiz Waldir Marques, que atua na 2ª Câmara Criminal do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), a defesa do advogado anexou documento em que pede alternativas ao cárcere: relaxamento da prisão, revogação da prisão preventiva ou concessão de prisão domiciliar.
A defesa destaca que a manutenção da preventiva exige fundamentação. “Observa-se que mesmo após as intensas investigações, nenhuma evidência de prática delituosa foi constatada, sendo certo que as elucubrações retóricas fazem alusão a fatos pretéritos anteriores, sem nenhuma evidência de que o paciente tenha praticado ilícito. O exercício profissional não pode ser criminalizado.”
Segundo o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Bruno Ghizzi foi preso na Operação Courrier por ser um dos principais protagonistas do núcleo “Sintonia dos Gravatas”. Nesta célula do PCC, “advogados valiam-se, criminosamente, de suas prerrogativas constitucionais para transmitirem recados de faccionados presos outros membros da facção”, inclusive, com planejamento de atentados contra promotor do Gaeco e juiz de Campo Grande.
O advogado é suspeito de integrar organização criminosa, receptação qualificada, associação criminosa, corrupção ativa e violação de sigilo funcional. Bruno está preso na Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira II, conhecida como “Federalzinha”.