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Capital

"Irresponsável”, diz mãe da 1ª vítima de jovem que causou acidente com morte

Motociclista teve fratura exposta no acidente em 2022, carro também era dirigido por Felipe Farfan Mazzini

Por Ana Paula Chuva | 17/06/2024 17:00
Motocicleta da vítima no local onde acidente aconteceu em 2022 (Foto: Reprodução)
Motocicleta da vítima no local onde acidente aconteceu em 2022 (Foto: Reprodução)

Ao ler a notícia de mais um acidente causado por Felipe Costa Farfan Mazzini, 27 anos, a doméstica Jolcileyde Regina Sampaio, 43 anos, ficou revoltada. Ela é mãe do balconista de farmácia que teve fratura exposta ao ter sua motocicleta atingida pelo veículo do rapaz em julho de 2022. Ela classificou ambos os casos como irresponsabilidade do autor.

O acidente aconteceu no dia 9 de julho daquele ano, no cruzamento da Rua Clevelândia com a Travessa Paraopeba. Felipe conduzia um veículo Gol e a vítima estava em uma Honda Fan. Ação foi protocolada em novembro de 2022 e dizia que a batida ocasionou “invalidez da parte autora (...) que sofreu laceração do joelho esquerdo e exposição e contusão do cotovelo esquerdo”.

Hoje, ao ver a reportagem sobre o acidente causado por Felipe na madrugada do domingo (16), Jolcileyde ficou revoltada e afirmou que se o rapaz tivesse sido responsabilizado na época que bateu em seu filho, talvez batida de ontem fosse evitada.

“Assustei quando lia a reportagem.  Estou com o estômago embrulhado sabendo que a menina morreu. Falei para o meu filho, se ele fosse responsabilizado na primeira vez, esse acidente poderia ser evitado. Deu para ver que ele não tem responsabilidade. Sinto muito por essa mãe”, disse a mulher ao Campo Grande News.

Sobre o acidente com seu filho, ela conta que o rapaz teve fratura exposta e Felipe colocou medo no motociclista logo após a batida. À reportagem, ela relata que o condutor do Gol foi agressivo com a família e o, então balconista, chegou a sofrer com depressão.

“Ele colocou medo em meu filho. Teve depressão depois do acidente, nunca mais foi o mesmo. Ele ainda sente dores nas pernas e o Felipe não ofereceu nenhum suporte ou socorro. Depois de um tempo ele me bloqueou no WhatsApp e dizia que a culpa era do meu filho”, afirmou Jocileyde.

Ela relata foi horrível e o rapaz chegou a correr risco de perder a perna. “Quando cheguei no hospital ele estava no corredor, sangrando e assustado. Fiz um escândalo e levei ele no meu carro para outro lugar para ser atendido. Retirei meus filhos nos braços de lá. Meu filho ficou traumatizado com tudo o que houve. Até hoje faz tratamento porque sente muitas dores na perna”, alegou a doméstica.

De acordo com a mulher, Felipe se negou a pagar o conserto da motocicleta e afirmou, na época, que a família do balconista quem devia pagar pelos estragos em seu carro.

“Ele disse que não era para nós perturbarmos ele. Ele nem ficou no local no dia do acidente. Estamos aguardando até agora o resultado da ação. A gente sabe que fatalidades acontecem, mas no caso do Felipe é irresponsabilidade mesmo”, finalizou Jolcileyde.

No boletim de ocorrência, a versão apresentada por Felipe (esq) e a da testemunha (dir) sobre colisão em 2022 (Foto: Reprodução)
No boletim de ocorrência, a versão apresentada por Felipe (esq) e a da testemunha (dir) sobre colisão em 2022 (Foto: Reprodução)

Acidente - O boletim de ocorrência foi realizado com base o depoimento de Felipe, já que o motociclista foi levado para atendimento médico. Ele disse que estava na Rua Clevelândia, em sentindo contrário da moto, sendo atingido no lado do motorista do carro.

Porém, uma testemunha relatou à equipe da BPTRan (Batalhão de Policiamento de Trânsito) que o motociclista estava na Rua Clevelândia, sendo atingido por Felipe, que invadiu a rua preferencial, vindo da Travessa Paraopeba.

No boletim consta a observação de que não foi possível estabelecer a dinâmica do acidente foi Felipe retirou o veículo do local, segundo o condutor, por ordem dos socorristas do Corpo de Bombeiros.

O motociclista entrou com pedido de indenização por danos morais e estéticos, por ter ficado com lesões permanentes na perna esquerda. À Justiça, o motociclista pede que seja calculada indenização por danos morais e físicos em valor não inferior a 100 salários mínimos, ou seja, de R$ 141,2 mil e verba distinta para danos estéticos, que não seja inferior a 50 salários de R$ 70,6 mil.

Também pede pensionamento vitalício, com base na expectativa de vida do farmacêutico, com base na idade de 76 anos, com base no salário do rapaz, de R$ 1.760,00. Na ação, também é solicitada que seja deferida produção de provas periciais e testemunhais, requerendo que seja realizada perícia médica com especialista em medicina do trabalho.

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Sumiço – A ação tramita na 4ª Vara Cível Residual. Em dezembro de 2022, o juiz Juliano Rodrigues Valentim pediu designação de audiência para tentar acordo entre as partes, que foi agendada para 8 de março de 2023.

No dia marcado, autor da ação e Felipe não compareceram na audiência, sendo reagendada para 15 de maio daquele ano, mas ele não apareceu novamente. E até o momento não havia sido encontrado.

Mais um – O novo acidente aconteceu na madrugada de domingo (16). Felipe era o condutor do Chevrolet Corsa Sedan que bateu em um poste na Avenida Afonso Pena, próximo da Rua Terenos, no Bairro Amambaí.

A batida foi registrada por câmera de segurança de uma farmácia. No registro da ocorrência, consta que o veículo estava "com os pneus traseiros em péssimas condições de uso". A passageira, Anne Caroline Né Barros, 25 anos, foi levada em estado grave para a Santa Casa, onde morreu na tarde de hoje.

Felipe também precisou de atendimento médico após a colisão.  De acordo com a Policia Civil, dentro do carro havia garrafa de whisky, vazia. Uma lata de energético e um copo de metal. Tudo foi apreendido. Ele ainda não rapaz foi procurado, mas não quis conversar com a imprensa.

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