Juiz rejeita júri popular para motorista que matou 2 na Guaicurus
Tragédia foi classificada como homicídio culposo, com pena de até quatro anos
A Justiça decidiu que o condutor Vinícius de Oliveira Gonçalves, que matou duas pessoas em acidente de trânsito na Avenida Guaicurus, não vai a júri popular.
Desta forma, o caso não foi enquadrado em homicídio doloso (quando se assume o risco de matar), com pena de até 20 anos. Mas classificado como homicídio culposo na direção de veículo automotor, crime que tem pena de até quatro anos.
Na manhã de 4 de fevereiro, durante fuga provocada por ameaças em um triângulo amoroso, o Gol conduzido por Vinícius atingiu um Renaut Scénic, causando a morte de Mauro Jorge Pereira Nantes, 54 anos, e Jair Fernandes Pereira, 49 anos.
Na semana passada, o MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pediu que o processo passasse da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande para uma Vara Criminal.
Segundo o promotor Wilson Canci, embora o condutor estivesse acima da velocidade permitida no local, não foi demonstrado que o investigado estivesse conduzindo seu veículo com condutas características de quem assume risco de provocar acidente de trânsito com mortes, como, por exemplo, avançar o sinal vermelho, desobedecer a sinalização de Pare ou trafegar na contramão.
O juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos, aceitou o parecer da promotoria. “Acolho o parecer do MPE, por seus próprios fundamentos, para determinar a redistribuição deste feito”, decidiu o magistrado.
Vinícius de Oliveira Gonçalves foi preso no dia do acidente, em 4 de fevereiro. Mas o TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) concedeu liberdade e ele está solto desde a última sexta-feira (dia 26).
No interrogatório, Vinícius disse que o Gol estava a 80k km/h durante a fuga. Ao passar pelo quebra-molas diminuiu a velocidade, mas não o suficiente para evitar a batida. Passageira do Gol, Ingrid Casanova Padilha disse que o veículo passou no quebra-molas “com tudo”, mas que circulava pela preferencial e havia placa de Pare no cruzamento.
Vinícius disse que acelerou ao ser perseguido pelo ex de Ingrid, que estava numa motocicleta.