Justiça decreta prisão de pai que chutou e quebrou a perna do filho de 4 anos
Menino passou por cirurgia e se recupera na Santa Casa da Capital
O TJMS (O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) decretou a prisão preventiva do vigilante noturno, de 29 anos, que chutou e acabou quebrando a perna do filho de 4 anos de idade, em Campo Grande. À polícia, o pai afirmou ter apenas "empurrado" o garoto, mas uma testemunha ouvida garante ter visto o chute e um golpe contra a cabeça da criança.
O homem foi preso na manhã de terça-feira (12), logo após dar entrada com o filho na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida. Ele, em primeiro momento, alegou que a criança caiu de uma rede. Após discutir com a mãe do garoto na unidade e ser pressionado, o vigilante confessou a agressão, mas alegou ter sido branda.
Após prestar depoimento na DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), ele aguardou audiência de custódia, que ocorreu na manhã desta quinta-feira (14), quando foi convertida a prisão em preventiva, ou seja, sem prazo para terminar.
Versão do pai – O vigilante alegou que está separado da mulher e “cuidando” dos dois filhos – o mais velho, que ficou ferido, e o mais novo, de 2 anos – há 10 dias. Na manhã desta terça-feira, as duas crianças estavam no quarto e brigavam por um celular, segundo ele. No cômodo, há uma cama de casal, uma infantil e uma rede entre as duas.
O pai afirma que o filho de 4 anos estava na rede e que ele o empurrou, acertando-o na cabeça, para que não pegasse o celular do irmão. A criança se desequilibrou e caiu sobre a proteção lateral da cama infantil, ficando com meio corpo para fora. O menino reclamou de dor, mas o homem disse que acreditou ser birra.
O vigia narrou ainda que como as crianças estavam prontas, decidiu levá-las para a creche. O menino foi chorando e em determinado ponto, o pai diz que colocou na calçada, as crianças voltaram a briga e ele empurrou o filho novamente, acertando-o na cabeça. O pai relatou ainda que, neste momento, “cutucou” o menino com o pé para que ele levantasse.
O homem diz que seguiu até a creche, deixou o outro filho e voltou para casa com objetivo de levar o mais velho até a UPA, porque ele não parava de chorar e reclamar de dor.
Histórico de violência – Além do depoimento da testemunha contradizer o que alega o pai, conforme apurado pela reportagem, não é a primeira vez que o vigilante é violento com os filhos e a mulher. Ele e a mãe das crianças já se separaram várias vezes e ela já o denunciou por violência doméstica.
Além disso, a própria direção da unidade escolar, onde o menino estuda desde os 2 anos e o irmão foi matriculado no ano passado, recebeu nesta terça-feira (12) denúncia que o aluno era vítima de agressões e, imediatamente, informou a assistente social da UPA.
De acordo com a Semed (Secretaria Municipal de Educação), a Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) já havia feito registros internos “devido a situação que as crianças chegavam no local”. Além disso, encaminhou a mãe dos meninos para a Casa da Mulher Brasileira, após ela revelar ter sido agredida pelo marido, em março do ano passado.
“As crianças nunca chegaram [à creche] com hematomas ou ferimentos de violência. Foram 7 atas registradas na escola, onde estão relatadas turbulências referente ao relacionamento conjugal do casal e questões comportamentais dos adultos”, explica a nota da Secretaria.
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