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Capital

Justiça faz em fevereiro audiências da operação contra PCC e “Gravatas”

A 6ª Vara Criminal de Campo Grande vai julgar a ação penal por corrupção ativa

Aline dos Santos | 16/12/2022 10:18
O advogado Bruno Ghizzi foi um dos alvos de operação do Gaeco deflagrada em março. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
O advogado Bruno Ghizzi foi um dos alvos de operação do Gaeco deflagrada em março. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

A Justiça marcou para fevereiro de 2023 as audiências de instrução e julgamento da operação Courrier (termo francês para correspondência), mais conhecida como “Sintonia dos Gravatas”, que aponta elo entre advogados e servidores públicos com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). A ação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) foi realizada em 25 de março.

Na etapa de fevereiro, a 6ª Vara Criminal de Campo Grande vai julgar a ação penal por corrupção ativa. As audiências serão realizadas em 9 e 27 de fevereiro, das 13h30 às 18h, por videoconferência.

A lista de réus tem Bruno Ghizzi (advogado), Jhonatas Wilson Moraes Cândido (policial penal), Luiz Gustavo Battaglin Maciel (advogado), Marco Antônio Arantes de Paiva (advogado de Marco Willians Herbas Camacho, o narcotraficante Marcola), Marlon Guilherme Roriz Guimarães, Maxuesle Rodrigues Andrade e Rodrigo Pereira da Silva Corrêa (que foi demitido do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e recorre administrativamente para reaver o cargo).

Conforme o Gaeco, as investigações apontaram a formação do núcleo “Sintonia dos Gravatas”, célula do PCC, na qual advogados valiam-se, criminosamente, de suas prerrogativas constitucionais para transmitirem recados de faccionados presos a outros membros da organização criminosa, inclusive sobre planejamento de atentados contra a vida de agentes públicos: um juiz e um promotor.

O policial penal Jhonatas Wilson Moraes Cândido é suspeito de ter atuado indevidamente para alterar cadastro de preso, promover transferência entre as unidades por motivos escusos e dar ciência de fatos em ofício que deveriam permanecer em segredo.

De acordo com a defesa, não houve qualquer ilícito do servidor. “Ele não recebeu dinheiro, ele não tem competência funcional para transferir preso, principalmente para outro Estado da federação. Ademais, a acusação fala que houve recebimento de dinheiro (R$ 40 mil) para transferência de um preso, no entanto, não apontou quem recebeu”, afirma o advogado Mauro Deli Veiga.

Ainda conforme o advogado, os fatos imputados ao policial penal não caracterizam nem falta disciplinar. “Segundo a acusação, ele entregou a ficha disciplinar do preso ao advogado, mas a ficha ou parecer disciplinar não são documentos sigilosos, servem para a defesa do preso pedir benefícios na execução da pena. Ou seja, ele agiu dentro dos limites do seu dever funcional, nada mais”, diz Veiga.

O advogado Luiz Gustavo Battaglin Maciel informou que sua defesa vai se pronunciar ao  Campo Grande News. A reportagem não conseguiu contato com os demais citados.

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