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Capital

Tribunal de Ética da OAB suspende “gravatas” presos em operação por 90 dias

Bruno Ghizzi, Paula Tatiane Monezzi, Thais de Oliveira Caciano e Inaiza Herradon Ferreira ainda podem recorrer

Anahi Zurutuza | 05/06/2022 11:25
Bruno Ghizzi deixando condomínio no São Francisco acompanhado de promotor do Gaeco (de terno azul marinho), delegado do Garras e policiais. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Bruno Ghizzi deixando condomínio no São Francisco acompanhado de promotor do Gaeco (de terno azul marinho), delegado do Garras e policiais. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

O Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso do Sul) decidiu suspender quatro profissionais da área presos na Operação Courrier, em março deste ano. A pena de suspensão preventiva tem validade de 90 dias, prazo para que processo disciplinar seja concluído.

Conforme publicado no Diário Oficial da OAB-MS da quinta-feira (2), os advogados Bruno Ghizzi, Paula Tatiane Monezzi, Thais de Oliveira Caciano e Inaiza Herradon Ferreira têm 15 dias úteis para recorrer da decisão. Os quatro são acusados de fazer parte da chamada “Sintonia dos Gravatas”, núcleo responsável por dar suporte ao PCC (Primeiro Comando da Capital), levando mensagens de presidiários para faccionados que atuam de fora da cadeia e vice-versa.

Conforme a publicação, “os representados mantiveram conduta incompatível com a advocacia, ultrapassando os limites delineados no Código de Ética e Disciplina da OAB”. O acórdão também informa que a conduta dos advogados, desvendada pela investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), “afetou a honra e a dignidade da classe, motivo pelo qual se faz necessária a suspensão preventiva”.

Os processos contra os “gravatas” e outros investigados pelo Gaeco tramitam em sigilo, mas no começo de maio deste ano, o Campo Grande News revelou que Paula Tatiane Monezzi teve a carteirinha da OAB suspensa por 30 dias, por determinação judicial.

A operação – A Courrier (do francês, correspondência) além de levar os quatro advogados presos, também levou para a prisão o agente penitenciário Jonathas Wilson Moraes Cândido, o ex-chefe do cartório da 1ª VEP (Vara de Execuções Penais) da Capital, Rodrigo Pereira da Silva, e Kamila Mendes de Souza.

Naquela sexta-feira, Gaeco e Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), além de policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar, Bope (Batalhão de Operações Especiais) e da Gisp (Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário) foram às ruas da Capital, Dourados, Jardim e Jaraguari para cumprir um total de 38 mandados judiciais.

A força-tarefa foi atrás de provas da existência de esquema para facilitar a comunicação entre liderança dos PCC e espalhar ordens aos faccionados. As investigações prévias já haviam revelado que presos da facção tramavam atentados contra policiais penais e outros servidores do sistema carcerário, além de promotores e juízes. Até o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), esteve na mira.

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