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Capital

Justiça faz primeira audiência por execução no "tribunal do crime"

Nove testemunhas serão ouvidas nesta tarde pela execução de John Hudson dos Santos Marquesa, o "John John", em fevereiro deste ano

Geisy Garnes | 03/07/2018 09:01
“John John” foi visto pela última vez em 14 de fevereiro deste ano (Foto: Arquivo pessoal)
“John John” foi visto pela última vez em 14 de fevereiro deste ano (Foto: Arquivo pessoal)

Acontece nesta terça-feira (3) a primeira audiência sobre a morte de John Hudson dos Santos Marquesa, conhecido como "John John", decapitado após ser “julgado” no tribunal do crime do PCC (Primeiro Comando da Capital), em fevereiro deste ano. Nove testemunhas de acusação devem ser ouvidas nesta tarde.

A audiência será realizada no plenário do Tribunal do Júri a partir das 13h30. Sete suspeitos de envolvimento com o sequestro e execução de “John John” foram intimados para acompanhar os depoimentos das testemunhas de acusação. Por conta da periculosidade dos acusados, a segurança no Fórum de Campo Grande será reforçado.

Os autores foram identificados como: Gabriel Rondon da Silva, Tiago Rodrigues de Souza, Wellington Felipe dos Santos Silva, Leonardo Caio dos Santos Costa, Mackson Ferreira dos Santos, Maycon Ferreira dos Santos e Eloinai Oliveira Emiliano.

Jhon foi visto pela última vez à 0h30 do dia 14 de fevereiro quando saiu para fumar um cigarro em frente de casa, no Bairro Zé Pereira. Desde então, amigos e familiares se mobilizaram nas redes sociais a procura de notícias sobre o paradeiro do rapaz.

Durante as buscas, uma foto do corpo de John decapitado foi enviada a família e o caso passou a ser investigado pela a DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios).

O crime teria ocorrido porque a vítima pertencia ao Comando Vermelho, facção rival ao PCC, do qual os suspeitos fazem parte. Segundo as investigações, depois de ser sequestrado pelos autores, a vítima foi mantida em cárcere em um barraco localizado no Jardim Canguru. Após passar por julgamento, foi decapitado.

Leonardo e Welington foram presos no Paraguai em março deste ano com outras quatro comparsas (Foto: ABC Color)
Leonardo e Welington foram presos no Paraguai em março deste ano com outras quatro comparsas (Foto: ABC Color)

Prisões - Em março deste ano, Leonardo Caio dos Santos Costa e Welington Felipe dos Santos Silva foram presos por tráfico de drogas no município paraguaio de Caacupé. Na data, os dois suspeitos foram presos com outros quatro brasileiros. O grupo foi expulso do Paraguai e deportados para Mato Grosso do Sul.

Na época, a polícia paraguaia chegou a ligar a prisão do grupo a morte do policial civil Wescley Dias Vasconcelos, 37 anos - executado a tiros no centro de Ponta Porã no dia 6 de março - já que o investigador havia sido assassinado após colher as digitais dos cinco suspeitos.

A ligação no entanto foi desmentida pela DEH, responsável pela investigação do caso. Em entrevista ao Campo Grande News, o delegado Márcio Shiro Obara alegou que a execução de Wescley estava ligada a um grupo criminoso que atua na fronteira entre Brasil e Paraguai e não ao PCC.

A dupla, que já tinha mandado de prisão pela morte de “John John”, foi trazida a Campo Grande por policiais do Garras (Delegacia de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros).

Já Gabriel Rondon da Silva foi encontrado e preso no dia 9 de março, em frente de uma casa que usava para se esconder no Jardim Aero Rancho, em Campo Grande. O suspeito foi preso com porções de maconha e cocaína e acabou confessando participação na morte de “John John”.

Ele revelou também o local onde havia deixado a arma usada para matar Jhon, um revólver calibre 38, e contou que com a ajuda de Wellington Felipe dos Santos Silva, Leandro Caio dos Santos Costa e um homem identificado apenas pelo apelido de Coringa, sequestrou a vítima e a levou a casa em que foi mantida em cárcere.

Jhon, segundo Gabriel, foi morto e decapitado no bairro Indubrasil. Ele ainda entregou a participação de Maycon Ferreira dos Santos, Igor Antonio Santos Lima e Renata Palmeira dos Santos, no crime.

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