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Capital

Justiça mantém prisão de militar que matou a esposa

Militar disse que agiu para segurar jovem e deu golpe mata-leão após ser agredido

Dayene Paz | 08/02/2022 11:36
Militar foi preso nesta segunda-feira (07). (Foto: Kísie Ainoã)
Militar foi preso nesta segunda-feira (07). (Foto: Kísie Ainoã)

A Justiça converteu em preventiva a prisão em flagrante do sargento da Aeronáutica Tamerson Ribeiro Lima de Souza, de 31 anos, ou seja, por tempo indeterminado. Ele confessou o assassinato da esposa, Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, de 22 anos, na última sexta-feira (04), em Campo Grande.

A advogada de defesa, Talita Dourado, ainda tentou a liberdade provisória do militar, alegando que ele não estava em situação de flagrante quando foi levado para a delegacia, que confessou o crime e está colaborando com a investigação. Também discorreu que Tamerson tem ocupação lícita e reside em lugar certo, não possuindo antecedentes criminais.

No entanto, no entender da Justiça, o crime de ocultação de cadáver é de caráter permanente, "que inclusive tem a finalidade de dificultar ou ocultar provas de outro crime". Afirmando que a prisão em flagrante ocorreu dentro da lei.

Em sua decisão, o juiz Albino Coimbra Neto também descreveu que o crime foi praticado com requintes de crueldade, "aliado a ser militar da Aeronáutica, ou seja, devendo ter reputação ilibada e ser exemplo à sociedade".

Dessa forma, decretou a prisão preventiva de Tamerson. Segundo a FAB (Força Aérea Brasileira), ele ficará sob custódia da organização militar.

Viatura saindo com Tamerson da audiência de custódia nesta manhã. (Foto: Henrique Kawaminami)
Viatura saindo com Tamerson da audiência de custódia nesta manhã. (Foto: Henrique Kawaminami)

O crime - Investigação aponta que Natalin foi assassinada na última sexta-feira (04), na residência do casal. A possível causa da morte seria asfixia por estrangulamento. Além de estar com uma fratura no braço e o pescoço quebrado, a vítima tinha ferimentos, principalmente nas pernas, parecidas com queimaduras de ponta de cigarro.

A versão de Tamerson não condiz com as marcas no corpo da vítima. Ele alega que foi agredido pela esposa, que chegou embriagada e sob efeito de drogas. Para se defender, tentou segurá-la aplicando um golpe mata-leão e então ela desmaiou. Ao tentar acordá-la, percebeu que estava morta.

Com medo de ser preso, Tamerson colocou o corpo no porta-malas do veículo e no outro dia levou a filha, de 4 anos, para a escola, com o corpo dentro do carro. Ele seguiu para a rodovia e o jogou à margem, em meio a um matagal.

Em seguida, Tamerson seguiu para a Base Aérea e chegou a se encontrar com uma acompanhante para "desabafar", segundo ele. Não houve relacionamento sexual entre os dois e ele teria contado sobre seu relacionamento, sem mencionar que havia matado a esposa.

Prisão - Quando a polícia chegou na casa e o questionou sobre Natalin, o militar disse que a esposa havia ido embora. Também tentou despistar as amigas, respondendo as mensagens no celular se passando por Natalin. Tamerson chegou a dizer para a filha, antes do corpo ser localizado, que a mãe teria passado mal e morreu no hospital.

A FAB informou, em resposta ao Campo Grande News, que lamenta o ocorrido e colabora com a investigação da polícia. "O militar encontra-se sob custódia da organização militar, à disposição da Justiça, conforme previsto em lei. A FAB lamenta o ocorrido e acompanha a apuração dos fatos envolvendo o integrante de seu efetivo, bem como colabora com as autoridades policiais. Atenciosamente."

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