Loja de veículos faz alerta de golpe que usa nome da empresa nas redes sociais

Os golpes envolvendo anúncios falsos na internet não são novidade, mas estão cada vez mais eficientes. Em Campo Grande, a concessionária Auto Car alerta os clientes sobre o uso do nome da companhia nas redes sociais para aplicar vendas falsas de veículos. A lábia dos golpistas chegou a surpreender até o sócio-proprietário da empresa, Willian Pereira Morelli, 32 anos.

“O pessoal se aproveita da classificação da loja no Google. Na hora que abre o anúncio é muito bem feito. Eles sabem conversar bem, eu vi a conversa. O cara apresenta bem o carro pro 'cliente'. A lábia convence”, disse.

Ao Campo Grande News ele revelou que o problema se estende há meses e que foi preciso investir em divulgação nas redes sociais para avisar clientes que acompanham a marca há mais de 20 anos. Na internet, a empresa explica os métodos de como não cair nos golpes diariamente. De acordo com Willian, a maioria das vítimas é do interior do Estado e trabalha em fazendas ou chácaras.

De maneira simples, a primeira premissa é desconfiar de preços muito baixos, condições mirabolantes de parcelamentos e a promessas de que o score do financiador não será consultado por um banco.

A segunda é fazer consulta do valor médio do veículo no mercado. Depois disso, verificar a veracidade das informações apresentadas direto pelo telefone da empresa, antes de realizar o pagamento.

“Pra financiar R$ 20 mil, por exemplo, a parcela vai ser, pelo menos, R$ 700,00 no mês. No golpe, os caras fazem R$ 20 mil sem juros ou boleto bancário, ou seja, não consulta nome nem nada. E as pessoas caem. Não existe carro bom, barato e sem juros hoje”.

A quarta coisa a ser feita antes de realizar a compra de um veículo pela internet é conferir se a conta para o pagamento está em nome da concessionária.

“Isso é o mais importante, o cara não se atenta. Está tão sedento em aproveitar a oportunidade que não vê. Aí eles ligam falando que fizeram um Pix pra gente. Os golpistas oferecem condições milagrosas, isso não existe”.

Por último e não menos importante, pedir que alguém verifique pessoalmente o carro na concessionária, se possível.

Ousadia -  Willian explicou que um o golpista chegou a ir na loja, gravar um vídeo para mostrar para um futuro comprador que de fato trabalhava na loja. Por não saber o dia em que o vídeo foi gravado, o sócio-proprietário não consegue identificar nas câmeras de segurança. “Ele gravou falando: tô aqui na Auto Car, pro senhor ver que é de verdade”, disse Willian.

Além disso, os estelionatários ligavam na loja para mapear quantos funcionários trabalham no estabelecimento e os nomes. O intuito era usar a foto - acessível pelas redes sociais da concessionária - junto ao nome real dos vendedores, para colocar no Whatsapp e enganar as vítimas.

“Terça passada, um cara veio perguntando de um vendedor chamado Douglas. Eu disse que não tinha. Perguntei qual o carro ele estava procurando e não tínhamos, então avisei sobre o golpe. Ele disse que tinha visto o nosso site. Só que eles fizeram um fake também, com o mesmo slogan, algumas fotos nossas que eles pegaram, inclusive minhas”, completou.

O site falso criado pelos golpistas é bem próximo ao original, exceto pelo nome dos vendedores e algumas cores que não parecem o real. Porém, são coisas que passam despercebidas para quem não está sempre em contato.

Veículos - Cleber Vaz Chaves, de 42 anos, é vendedor na Auto Car há quase 3 anos. Ele ressaltou que todos os dias chegam pessoas na porta da loja procurando por vendedores que não existem e carros que não são comercializados na concessionária.

“Esse cliente ligou pra gente dizendo que sofreu um golpe de R$ 6 mil, disse que tinha feito o B.O. Tenho atendido muito, principalmente na frente da loja. Eles já estão olhando no celular, pois o estelionatário usa nossa imagem que postamos nas redes e dão outros nomes, como Roy, Rone”.

De acordo com o vendedor, a preferência dos estelionatários é realizar anúncios dos carros Gol geração 3, Corsa Classic e Celta.

Outro detalhe importante é que os carros vendidos pela Auto Car possuem identificação azul, já os falsos não. Além disso, as fotos são tiradas sempre no pátio da empresa. O que não acontece com as fotos fakes.

Boletim - Willian já tentou registrar boletins de ocorrência, mas foi orientado a levar as vítimas junto. O que para ele é impossível porque elas se recusam a fazer a denúncia e moram em outros municípios. “Elas não querem ir, parecem que tem vergonha. A maioria é gente simples. Eu oriento eles a fazer na cidade deles”, finalizou