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Capital

Mãe afirma que filha morreu de gripe A e que doença é devastadora

Lidiane Kober | 05/06/2014 17:26

Mãe da jovem que morreu, na última terça-feira (3), com sintomas de Gripe A, Rosemar Gonçalves Cardoso Abelha, de 38 anos, tem certeza que a filha morreu vítima da doença. “É devastador o negócio”, comentou sobre a rapidez como a enfermidade age.

De acordo com a mãe, tudo começou do domingo (1), com febre alta e muito suor. Ela procurou socorro na Upa (Unidade de Pronto-Atendimento) do Bairro Coronel Antonino. “A médica tratou como uma gripezinha e disse para eu ficar tranquila”, relatou.

Na segunda-feira (2), os mesmos sintomas, acompanhados de tosse seca, permaneceram e a mãe voltou à unidade de saúde. “Dessa vez, o médico mandou fazer raio-X, coletar exame e classificou o caso como pneumonia grave”, contou.

Ele ainda mandou a mãe ficar na Upa para a equipe acompanhar o caso, porque não tinha vaga disponível nos hospitais da cidade. Na terça-feira (3), a situação se agravou ainda mais. “Ela teve uma crise tão forte de tosse, que ficou roxa”, disse Rosemar.

A equipe de plantão comunicou a mãe que levaria a jovem à área vermelha da Upa. “Antes, levei minha filha para o banheiro, conversei com ela e prometi ficar perto”, lembrou. Depois, a jovem foi entubada e Rosemar não a viu mais.

“Minha filha era especial, frequentava a Apae (Associação de Pais e Amigos do Excepcionais), mas sempre teve uma boa saúde, basta puxar sua ficha de visitas aos postos, ela não tinha idas e vindas, nem gripe pegava ela”, frisou a mãe. “Essa doença é muito rápida, tenho certeza que ela morreu de Gripe A”, emendou.

Coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Andyane Tetila informou que a pasta está investigando o caso. “A evolução foi rápida, não houve tempo hábil de coletar amostra”, explicou.

No prontuário, o médico disse que o óbito ocorreu por insuficiência respiratória e pneumonia viral não especificada. Mesmo assim, a equipe trata a morte como suspeita de Gripe A e deu largada a uma investigação do histórico da jovem. “A gente parte para a apuração de todas as possibilidades, buscamos os dados cadastrados da paciente, exames que foram realizados, medicações prescritas”, ressaltou.

Neste sentido, a Sesau tratou de verificar a possibilidade de realizar o exame por meio da coleta de sangue, feita na segunda-feira passada. “A amostra está viável e já encaminhamos para o Lacen. De três a cinco dias, o exame fica pronto”, contou.

Ao mesmo tempo, a equipe entrou em contato com a família da jovem. “Foi relatado que a mãe e um dos irmãos estavam com síndrome gripal”, disse. Os dois foram medicados com Tamiflu, medicamento indicado para combater a doença.

Alerta – Com o coração partido diante da perda de filha, Rosemar fez questão de fazer um alerta. “Por favor, tomem a vacina”, apelou. “Na verdade, isso deveria ser oferecido a toda a população e não só há grupos de risco”, opinou.

Ela ainda reclamou de falta de informações. “Não sabia que pessoas que já tiveram pneumonia, bronquite, problema renal ou respiratório podem tomar a vacina de graça”, comentou. “A gente só escuta falar em crianças, gestantes e idosos”, acrescentou.

O Ministério da Saúde dá a vacina de graça a crianças de seis meses a menores de cinco anos, pessoas com 60 anos ou mais, trabalhadores de saúde, povos indígenas, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), população privada de liberdade, funcionários do sistema prisional e portadores de doenças crônicas não-transmissíveis ou com outras condições clínicas especiais.

Rosemar ainda fez questão de repetir os sintomas da doença que levou sua filha. “É uma febre muito alta, que não passa, acompanhada de suor e tosse seca, com secreções amareladas”, reforçou.

Apesar de grátis, nem os grupos de risco atingiram a meta da vacinação em Mato Grosso do Sul. A campanha já foi prorrogada quatro vezes e, até agora, 75,5% do público-alvo foi imunizado.

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