Mães que perderam casas em incêndio retornam para limpar e reconstruir barracos

Após explosão de botijões de gás que deixou três barracos na comunidade Cidade dos Anjos, no Parque Lajeado, em Campo Grande, completamente destruídos e um parcialmente queimado, as famílias retornaram ao local, depois de passarem a noite na casa de parentes, para limpar a bagunça e recomeçar do zero.

O incêndio começou no barraco da Thaís Cristina Crispim Lourenço, 32 anos, e se espalhou para outras três construções, incluindo o barraco da irmã mais nova de Thaís, de 22 anos, e do sobrinho de 5 anos. A mulher contou ao Campo Grande News que morava no local com o esposo e os filhos, de 3 e 5 anos.

Para não passar a noite no relento, a família vai dormir na casa do pai de Thaís até reerguerem os barracos. “Eu e a minha irmã, que é dona do outro barraco que queimou, fomos pra lá. Não posso ficar dormindo aqui com as crianças no relento, vou continuar dormindo no meu pai".

Todos os pertences das famílias foram consumidos pelo fogo e não restou nada. Thaís conta que levou cerca de nove meses para construir o barraco, que possuía sala, cozinha, banheiro e telhas, para evitar que o interior molhasse com a chuva. "Agora, vou ter que construir tudo de novo. É triste a situação, mas já estou acostumada a levantar barraco. Moro em barraco desde que tinha seis anos".

Thaís conta que, na infância, morou no local com o pai e a irmã, mas o pai recebeu uma casa no Bairro José Teruel, onde mora com a atual esposa. Após a maioridade, as duas retornaram à comunidade, já com os filhos e família formada, "na esperança de ganhar nossa casinha”, explica Thaís.

Thaís, a madrasta e a dona de casa Raquel dos Santos, 42 anos, moradora do outro barraco que pegou fogo, estavam limpando o local na manhã de hoje, para erguer os barracos novamente do zero. Raquel mora lá com o filho de 25 anos e não estavam no local no momento do incêndio. Quando voltaram, encontraram a casa completamente destruída pelas chamas. "Minhas panelas, ventilador, geladeira, roupas, colchão, tudo. Não temos mais nada. A não ser o sacolão que o pessoal do Cras (Centro de Referência de Assistência Social) deixou aqui".

Sem previsão de quando o barraco vai ficar pronto, os dois ficarão na casa de parentes até acabar de construir. "Eu não consigo imaginar uma previsão para levantar o barraco. Só as paredes demorei duas semanas pra construir da outra vez. Imagina agora, sem nada dentro".

Doações - As famílias perderam tudo e precisam de doações de roupas, móveis, telhas, madeiras, lonas e demais materiais para a construção dos barracos. Quem puder e quiser ajudar pode entrar em contato com a Thaís pelo telefone 67 99143-1969 e com a Raquel pelo telefone (67) 99277-7731.

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