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Capital

Máfia do Câncer é denunciada por improbidade e danos de R$ 102 mi

Aline dos Santos | 16/07/2014 13:10
O médico Adalberto  Siufi agora é réu por ação de improbidade. (Foto: Marcos Ermínio)
O médico Adalberto Siufi agora é réu por ação de improbidade. (Foto: Marcos Ermínio)

O Ministério Público entrou com ação civil de improbidade administrativa contra seis pessoas relacionadas ao Hospital do Câncer Alfredo Abrão, alvo da operação Sangue Frio em março do ano passado. A investigação da PF (Polícia Federal) revelou o esquema da Máfia do Câncer em Campo Grande, que priorizou o setor privado com desmonte da rede pública. O objetivo é reaver R$ 102 milhões.

De autoria do MPF (Ministério Público Federal) e do MPE (Ministério Público Estadual), o processo tramita desde 7 de julho na 1ª Vara da Justiça Federal. Os réus são Adalberto Abrão Siufi (ex-diretor geral do hospital), Betina Moraes Siufi Hilgert (filha de Siufi e ex-administradora do hospital), Issamir Farias Saffar (que era sócio de Adalberto na clínica Neorad), Blener Zan (ex-diretor-presidente do hospital), Luiz Terrazas Mendes (ex-presidente da Fundação Carmem Prudente, entidade que administra o hospital) e Adalberto Chimenes (ex-funcionário do hospital e um dos donos da empresa Refix).

No ano passado, após o escândalo, a nova direção divulgou balanço contábil em que a empresa Refix Serviços Técnicos e Radiológicos - que prestou serviços de radiologia, tomografia computadorizada e ultrassonografia - teve contrato superfaturado em R$ 125.689,16. O hospital rompeu com a empresa e hoje dispõe dispõe do Centro de Diagnóstico de Imagem.

Conforme a promotora Paula Volpe, o processo está sob sigilo judicial, mas é fundamentado na Lei 8.429, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional.

No mês passado, a Justiça Federal decretou o sequestro de veículos, imóveis e dinheiro de Adalberto, Betina, Issamir e Blener. O MPF requereu o bloqueio de R$ 102,7 milhões, sendo R$ 51,3 milhões de dano moral coletivo, R$ 35,7 milhões de multa civil e R$ 15,5 milhões de prejuízo aos cofres públicos, principalmente, do SUS (Sistema Único de Saúde).

No entanto, o magistrado acatou parcialmente o pedido e determinou o bloqueio de metade do valor. O bloqueio de bens é uma medida que precede a ação de improbidade, pois os réus não podem se desfazer do patrimônio que, em caso de condenação, será utilizado no ressarcimento aos cofres públicos.

Além do Hospital do Câncer, a clínica Neorad e o HU (Hospital Universitário) de Campo Grande foram alvo da investigação.

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