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Capital

Justiça sequestra R$ 51,3 milhões dos envolvidos na “Máfia do Câncer”

Edivaldo Bitencourt | 06/06/2014 14:54
Hospital do Câncer foi alvo de diversas irregularidades (Foto: Marcos Ermínio
Hospital do Câncer foi alvo de diversas irregularidades (Foto: Marcos Ermínio

O juiz da 1ª Vara da Justiça Federal em Campo Grande, Ricardo Damasceno de Almeida, decretou o sequestro de veículos, imóveis e dinheiro dos acusados de integrar a “Máfia do Câncer”. Foram determinados os bloqueios de R$ 51,381 milhões do ex-presidente do Hospital do Câncer, Adalberto Abrão Siufi, da sua filha e ex-administradora da instituição, Betina Moraes Siufi Hilrbert, e dos empresários Issamir Farias Saffar e Blener Zan.

O MPF (Ministério Público Federal) requereu o bloqueio de R$ 102,7 milhões, sendo R$ 51,3 milhões de dano moral coletivo, R$ 35,7 milhões de multa civil e R$ 15,5 milhões de prejuízo aos cofres públicos, principalmente, do SUS (Sistema Único de Saúde). No entanto, o magistrado acatou parcialmente o pedido e determinou o bloqueio de metade do valor.

A Procuradoria Regional da República, a Controladoria Geral da União e a Polícia Federal constataram que houve superfaturamento de recursos do SUS, direcionamento nas compras, contratação de funcionários com supersalários, cobrança de tratamento realizado em pessoas que já morreram, entre outras irregularidades.

“Há um grande volume de provas a corroborar as afirmações trazidas pelo Ministério Públcio, evidenciadas, notadamente, nos documentos produzidos em operação promovida pela Polícai Federal (Operação Sangue Frio) e em atos apuratórios promovidos por promotores de Justiça que velavam pela curadoria da Fundação privada, assim como em auditorias realizadas no âmbito da fundação após os fatos ilícitos virem à tona”, comenta Almeida.

“O envolvimento dos requeridos pode ser evidenciado nas interceptações telefônicas juntadas que demonstram o conluio existente entre Adalberto Abrão Siufi, sua filha Betina Moraes Siufi Hilgert, o sócio Issamir Farias Saffar e o presidente da Fundação, Blener Zan”, destaca.

A operação ocorreu em 19 de março do ano passado, quando a Polícia Federal apreendeu documentos na casa de Siufi, na Neorad, no Hospital do Câncer e no Hospital Universitário. Após a investigação, Siufi foi afastado do comando do hospital e vendeu a Neorad (que até já mudou de nome).

A decisão da Justiça Federal é em caráter liminar e cabe recurso ao próprio juiz ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região.

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