Ação contra máfia do câncer atinge 4 cidades e mais de mil procedimentos
A força-tarefa criada pelo Ministério da Saúde investiga as 1.022 autorizações de pagamentos de alto custo de 93 pacientes com câncer submetidos a mais de dois procedimentos. Também será analisada a qualidade do atendimento e prontuários com indícios de irregularidades em hospitais de Campo Grande, Dourados, Corumbá e Três Lagoas.
De acordo com Odorico Monteiro, secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, será avaliado a segurança do paciente por técnicos da Comissão de Energia Nuclear, do Instituto Nacional do Câncer e do próprio Ministério da Saúde. A qualidade da regulação nos municípios e no Estado também são alvos da comissão que analisa os serviços de oncologia.
Após análise dos prontuários, o Ministério da Saúde verificará se existe a necessidade de chamar pacientes e familiares para colher informações. “A medida que for necessária será feita”, disse Odorico nesta terça-feira (14) durante entrevista coletiva em Campo Grande.
A força-tarefa teve início na semana passada e já foram verificados indicíos de irregularidades em 236 prontuários, sendo 143 do Hospital do Câncer. Os demais não constam nome do município de origem do paciente e correspondem às 1.022 autorizações suspeitas.
Odorico comentou que esta foi a apenas início da força-tarefa e que algumas providências já foram tomadas, como mudança de administração, investigação penal.
Técnicos do Ministério da Saúde, do Estado e dos municípios já verificam se há indícios de irregularidades nestas unidades e vão passar o que foi encontrado aos integrantes da força-tarefa, que são responsáveis pela análise dos documentos.
De acordo com o secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, a força-tarefa continuará por mais três semanas. Na próxima, o alvo é a Santa Casa. Campo Grande e Dourados fazem parte da primeira etapa. Corumbá e Três Lagoas entram na segunda fase.
É analisada ainda a dosagem de medicamentos utilizados e o estado de saúde que estavam os pacientes que os utilizaram. Em Brasília, reuniões estão sendo realizadas para comparar o perfil dos pacientes com câncer que morreram no Estado com o restante do País. O objetivo, é, mais uma vez, verificar se há irregularidades.
Conforme Odorico, ao fim do trabalho será produzdo um relatório. As informações serão apresentadas ao ministro Alexandre Padilha. O documento indicará qual atitude deve ser tomada. O chefe do Ministério também analisará se o prazo da força-tarefa será estendido.