Obras em cratera na Chácara dos Poderes só começarão após período de chuvas

As chuvas que atingem Campo Grande desde a noite de quinta-feira (24) agravaram a cratera no bairro Chácara dos Poderes, localizado após a entrada da Uniderp Agrárias. O secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Marcelo Miglioli, esteve no local na tarde desta sexta-feira (25) para avaliar os estragos, mas informou que as obras só começarão após o fim do período chuvoso.

Durante a visita, não chovia, mas o volume de água na região ainda era intenso. Segundo o secretário, as águas que descem do bairro Noroeste escoam para a Chácara dos Poderes, o que, somado ao solo arenoso, agrava a situação.

Morador da região há 15 anos, Aneldino Ferreira do Nascimento afirma que os problemas com as chuvas sempre existiram, mas agora a situação piorou com a abertura da cratera, que já ocupa quase toda a via. “Os moradores não conseguem se locomover nos dias de chuva, por causa do estado das ruas”, reclama.

Miglioli explicou que as dificuldades para intervir no bairro são financeiras e políticas. “Hoje estamos com duas obras no Noroeste e um contrato para mais cinco lotes de projetos executivos. Incluímos o bairro no nosso Programa de Pavimentação, já enviado à Caixa Econômica. Aqui, só tem uma solução: conter as águas do Noroeste na parte alta, antes de chegarem aqui embaixo”, detalhou.

O secretário destacou ainda que é necessário executar drenagem, canalização da água e pavimentação. As obras começaram no bairro Noroeste, mas estão paradas devido à chuva.

“As duas obras em andamento têm recursos na conta, empresas mobilizadas, mas não conseguimos avançar por causa da chuvarada”, afirmou. Segundo ele, equipes já receberam ordem de trabalho para atuar no fim de semana, mas, caso se confirme a previsão de mais chuva no sábado (26) e domingo (27), não será possível iniciar os serviços.

“Temos aqui uma situação em que não dá para fazer nada com chuva. A erosão chegou até a pista e interrompeu o tráfego. Preciso recompor o aterro, mas isso é impossível com o volume de chuva que caiu hoje”, disse Miglioli.

Se houver risco à vida, o secretário disse que as Forças Armadas poderão ser acionadas para verificar a possibilidade de instalar uma ponte móvel ou alguma estrutura emergencial no local.

De acordo com Miglioli, a Prefeitura busca recursos para resolver o problema da cratera da Chácara dos Poderes – e de outros pontos da Capital – junto à bancada federal, ao Ibama (via Universidade Federal), ao Governo do Estado, além de contar com parte do montante já alocado no Fundo Ambiental do Município.

Presidente da Associação de Moradores da Chácara dos Poderes, Rodrigo de Figueiredo Gonçalves afirma que, em dias de chuva, os moradores não sabem se conseguirão sair ou retornar para casa. “Já tivemos casos de carros atolados, veículos alagados, casas invadidas pela água e até perda de muros”, relata.

O presidente da Câmara Municipal, vereador Papy (PSDB), disse que sugeriu ao secretário a votação de um decreto de emergência ou calamidade pública, ainda na próxima semana, para que Campo Grande consiga recursos imediatos do governo federal.

“Hoje a situação é de emergência de calamidade. Precisamos acessar recursos federais para socorrer a cidade. O problema de Campo Grande é financeiro. É preciso uma medida mais energética do Executivo municipal”, concluiu o vereador.

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