Maior onda de roubos em 16 anos leva pavor a donos de mercado
Os ladrões entram armados, ameaçam, roubam e até saem tomando cerveja
Com média de um assalto a cada cinco dias, o mercado Vitória, no Bairro Vespasiano Martins, é a fonte do sustento e de pavor para a família Chamorro, que sofre com a maior onda de violência em 16 anos.
“Estamos bastante amedrontados e não temos esperança de que algo aconteça. A polícia faz as rondas pela metade, não encontra ninguém. A gente passa detalhes, mas parece que nada é feito”, reclama Fábio de Souza Chamorro, 35 anos, administrador do estabelecimento comercial.
Do dia 24 de dezembro até hoje, foram três roubos, sempre com a mesma dinâmica. Os ladrões entram armados, ameaçam, roubam e até saem tomando cerveja. Além do mercado, clientes e entregadores de produtos já foram vítimas.
“Por nós, a gente abria o mercado mais cedo e fechava mais cedo, para ver se assim conseguia evitar que fosse roubado de novo”, diz Fábio. Ele relata que estão com medo de trabalhar e só mantém as portas abertas porque as contas precisam ser pagas. Como efeito colateral, a quantidade de roubos afugenta os clientes.
Na véspera do Natal, dois ladrões levaram dinheiro e duas caixas de cerveja. “A audácia deles foi tanta que saíram do supermercado bebendo cerveja”, conta o comerciante. O segundo roubo foi no Natal, quando três pessoas invadiram o local. O último foi ontem, dessa vez, com comportamento mais agressivo.
Segundo Fábio, um revólver foi colocado na cabeça do seu pai, que estava sentado em frente ao mercado, e dez pessoas, sendo seis clientes e quatro funcionários, foram rendidos. “Levaram carteira, celular e R$ 350 do caixa”, relata.
Os ladrões são parecidos com os que assaltaram dois funcionários de uma distribuidora de bebidas, que foram fazer entrega no supermercado. O roubo foi na última quarta-feira, dia 7. Na mesma data, uma mulher foi assaltada em frente ao local. Ainda de acordo com Fábio, entregadores de carne também foram vítimas dos ladrões no fim de dezembro.
Na tentativa de se livrar dos assaltantes, o comerciante contratou segurança particular, mas não teve como arcar com o custo diário de R$ 160. “Cobram caro porque eles também põe a sua vida em risco”, diz. Agora, a aposta deve ser em câmeras de segurança. “A gente não aguenta mais, ficamos com medo de sair para trabalhar”, desabafa.