Mais restrições sim, "lockdown" não, afirma Marquinhos em transmissão ao vivo
Prefeito disse, sem dar detalhes, que terá de aumentar as restrições, mas que não vai determinar o fechamento total
O prefeito Marquinhos Trad (PSD) usou a transmissão ao vivo desta terça-feira (14) para por ponto final na especulação sobre se a Prefeitura de Campo Grande decretará ou não lockdown (do inglês, fechar tudo) diante da escalada de casos do novo coronavírus.
Conforme o boletim da SES (Secretaria Estadual de Saúde) divulgado esta manhã, de ontem para hoje, a Capital teve 196 novos positivos. São 4.836 casos no total e 43 óbitos.
Nesta manhã, o Campo Grande News já havia adiantado que a Prefeitura de Campo Grande deve anunciar novas medidas restritivas para tentar conter o avanço da pandemia nessa quarta-feira (15). Mas, não será ainda o bloqueio total, como é chamado o fechamento de quase todos os setores, e manutenção da circulação só de trabalhadores dos serviços essenciais, como saúde e segurança.
“Haverá medidas restritivas, mas não com fechamento de bares e restaurantes, não com fechamento dos shoppings”, confirmou Marquinhos na live de hoje. O prefeito disse que, contudo, será necessário reduzir a circulação de pessoas, “para que continuemos a controlar a pandemia e sobretudo, termos leitos vazios”.
Números - O chefe do Executivo municipal informou que a taxa de ocupação de leitos na cidade se mantém estável há 4 dias. Hoje, dos 241 leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) disponíveis, 176 estão ocupados – 73%.
Disse ainda que o toque de recolher estendido tem surtido efeito na ocupação das vagas hospitalares. Segundo ele, entre os dias 1º e 3 de julho – um sábado, domingo e segunda-feira – quando o horário da restrição de circulação começava às 23h, 84 pessoas foram parar no pronto socorro da Santa Casa de Campo Grande vítimas de traumas. No fim de semana seguinte, o primeiro do toque de recolher a partir das 20h, o número caiu pela metade – foram 41 entradas entre 8 e 10 de julho. “Essas pessoas, uma boa parte delas ocupou leitos de UTI que deveriam estar disponíveis para socorrer as pessoas com a covid-19”, explicou.
Marquinhos disse ainda que vai ampliar a oferta de leitos, fazendo com que a quantidade de UTIs disponíveis em Campo Grande chegue a 279. "Mas não adianta aumentar leitos, se a população não nos ajudar", afirmou.
Uma morte a cada 8 horas - Desde a semana passada, o prefeito vem alertando que as pessoas não estão obedecendo as regras impostas, incluindo o toque de recolher das 20h às 5h. A cidade teve em 15 dias, 42 óbitos, um a cada oito horas, e diante deste quadro, Marquinhos chegou a falar, por duas vezes, que o lockdown seria a próxima alternativa.
A medida é mal vista por representantes do empresariado, que já estão sob efeitos da crise econômica desde março. Conforme levantado, diante do quadro em geral, a opção a ser adotada é um degrau antes da solução mais drástica. Na prática, seria um retorno ao que já foi adotado em março, com fechamento do comércio.