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Capital

Marido de mulher que caiu morta já a esfaqueou e agrediu com cortador de grama

Nesta manhã, Leonida Freitas, 47 anos, passou mal, foi para a rua pedir socorro, caiu e morreu

Viviane Oliveira | 17/03/2021 12:09
Vítima teve um mal súbito e morreu na Rua Dom Fernandes Sardinha  (Foto: Henrique Kawaminami) 
Vítima teve um mal súbito e morreu na Rua Dom Fernandes Sardinha  (Foto: Henrique Kawaminami)

A dona de casa Leonida Freitas, 47 anos, mulher que morreu na manhã desta quarta-feira (17), após apanhar do marido, Sebastião Rodrigues de Freitas, 71 anos, no fim de semana, já havia sido esfaqueada pelo companheiro e agredida com um cortador de grama.

Segundo boletim de ocorrência, na tarde do dia 21 de fevereiro de 2017, Leonida foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros à Santa Casa com ferimento na região lombar, causado por faca. O suspeito havia fugido e levado a arma do crime. Na época, a filha da vítima contou que a mãe era sempre agredida verbal e fisicamente pelo padrasto.

Depois de buscas na região, Sebastião foi localizado na Rua Marcos Rodrigues. Indagado sobre o fato, ele disse que ao chegar em casa para almoçar foi agredido pela mulher que estava alterada, possivelmente embriagada, e para se defender, acabou a esfaqueando. Na ocasião, a mulher compareceu na delegacia e solicitou medida protetiva contra o autor.

Sebastião chegou a responder processo por violência doméstica, mas acabou absolvido por insuficiência de provas e, por desinteresse da vítima em dar andamento no caso. Dois anos antes dessa ocorrência, a PM foi acionada depois que a vítima foi agredida pelo suspeito com uma máquina de cortar grama. O caso nem chegou a ser registrado na Delegacia de Polícia Civil.

Agressão - Nesta manhã, Leonida passou mal, foi para a rua pedir socorro, caiu e morreu. O caso aconteceu na rua Dom Fernandes Sardinha, no Jardim Los Angeles, em Campo Grande. Segundo a família da vítima, o "mal súbito" aconteceu dias após ela ser espancada a vassouradas pelo marido.

Como havia suspeita de feminicídio, a Polícia Militar, a primeira a chegar no local, cogitou a levar o caso para a Deam, mas como não havia testemunhas sobre a agressão informada pela família de Leonida, a equipe policial foi orientada a registrar o caso como morte a esclarecer na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Cepol.

O Corpo foi levado para o Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para exame necroscópico. Se o exame confirmar que a morte foi causada por agressões, o marido passará a ser investigado pela delegacia da mulher.

Tristeza - O pedreiro João Maria Pinta, 56 anos, um dos primeiros a tentar socorrer a vítima nesta manhã, contou que a viu cambaleando e pedindo por socorro. “Ela reclamava de dor no pulmão e tinha marcas de agressão no joelho e no queixo”, lamentou. João acredita que a vítima morreu após ter apanhado do marido no fim de semana. “Ela morreu por causa das agressões que sofreu”, afirmou.  Veja, abaixo, o vídeo do depoimento de João.



Compartilha da mesma opinião as vizinhas que pediram para não ser identificadas com medo de represálias. Ele sempre batia nela, a colocava para fora de casa. Ontem, ela chegou a andar com um pano cobrindo o rosto para não mostrar que estava toda machucada. Em entrevista ao Campo Grande News nesta manhã, as irmãs da vítima utras lembraram do horror vivido por Leonida durante 18 anos de relacionamento. "Ela chegou a ter a orelha decepada durante uma briga com o marido e foi furada por faca", lamentou Ramona de Souza, 53 anos.

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