ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
JANEIRO, QUINTA  09    CAMPO GRANDE 24º

Capital

Mesmo perdendo R$ 150 milhões, Ernesto Geisel segue em obra que incomoda

Comerciantes e morador reclamam de transtornos que as intervenções sem fim trazem em duas quadras da avenida

Por Cassia Modena e Gabi Cenciarelli | 08/01/2025 16:41
Mesmo perdendo R$ 150 milhões, Ernesto Geisel segue em obra que incomoda
Terra revirada no trecho da Avenida Ernesto Geisel que está em obras (Foto: Gabriela Cenciarelli)

Maquinário e gente trabalhando na Avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande, podem ser vistos por quem passar por lá hoje (8), um dia após prefeitura e Governo Federal confirmarem que R$ 150 milhões do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) não foram aprovados para fazer uma futura etapa de intervenções na via.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

Atualmente, a Avenida Ernesto Geisel em Campo Grande está passando por obras que enfrentam críticas devido à lentidão e à falta de recursos, especialmente após a negativa de R$ 150 milhões do PAC para futuras intervenções. Os comerciantes da região expressam preocupações sobre os impactos negativos em seus negócios, como aumento de custos com limpeza e acidentes. A obra, que começou em agosto de 2024, está prevista para ser concluída em fevereiro de 2026, com apenas 17% do cronograma avançado até agora. Moradores e comerciantes pedem uma solução definitiva para os problemas estruturais da avenida, que já enfrentou diversas intervenções sem resultados satisfatórios.

Extensa, atualmente a avenida está em obras nas duas quadras entre as ruas da Abolição e a Rua Bom Sucesso. O total de R$ 20,9 milhões em recursos já garantidos pelo Finisa (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento) da Caixa Econômica Federal custeiam essa fase.

Morador e dois comerciantes da região que a reportagem ouviu nesta tarde, criticam o andamento demorado e já se preocupam com possível paralisação relacionada à negativa no PAC, mesmo entendendo que o dinheiro para executar a obra em andamento já está no caixa da prefeitura e não depende do governo federal.

Impactos no comércio e para morador - A comerciante Bruna Lima do Nascimento tem uma loja de carros na região e reclama dos transtornos que enfrenta. Ela relata que gasta mais água e energia elétrica para limpar a sujeira que a intervenção traz para dentro da garagem e nos carros.

Mesmo perdendo R$ 150 milhões, Ernesto Geisel segue em obra que incomoda
Comerciante Bruna Lima, que paga mais na fatura de água e energia, além de acumular R$ 5 mil em prejuízo com portão (Foto: Gabriela Cenciarelli)

"Precisa ter responsabilidade e encerrar essa obra, que é muito importante porque a Ernesto Geisel corta Campo Grande de ponta a ponta", apela.

Além disso, ela observa que o número de acidentes por desatenção tem aumentado na via. Prova é que gastou R$ 5 mil para consertar o portão do comércio após um veículo bater nele.

Também comerciante, Márcio Cardoso vende autopeças. Desde que a obra começou, ele está atendendo na parte dos fundos da loja, já que a entrada principal está interditada.

Mesmo perdendo R$ 150 milhões, Ernesto Geisel segue em obra que incomoda
Márcio Cardoso tem uma loja de autopeças e espera ver a obra concluída logo (Foto: Gabriela Cenciarelli)

"Pelo menos esse pedaço, a gente espera que termine logo. É uma avenida importante. Olha o tanto de carro que passa", diz.

Morando há 60 anos na região, o aposentado Paulo Vicente Ferreira afirma que não só incomodam, como causam indignação, obras longas que a avenida já recebeu e continua recebendo, sem que isso represente uma solução definitiva para problemas como desmoronamento da pista.

Aos 86 anos, Paulo aponta que gastos excessivos com salários não condizem com a necessidade de mais verbas para a avenida. "A prefeitura cobra um 'mundo' de impostos e não tem recursos. Aí sobe o salário da prefeita, de vereador, sobe de um e outro. Onde vai arrumar verba? O morador tem que esperar", reclama.

Mesmo perdendo R$ 150 milhões, Ernesto Geisel segue em obra que incomoda
Paulo, o aposentado que vive na região há 60 anos e já viu diversas obras sendo feitas (Foto: Gabriela Cenciarelli)

Mais de um ano - Segundo informações disponíveis no Portal da Transparência da prefeitura, a obra é executada desde 5 de agosto de 2024 pela empresa HF Engenharia e Construção. A previsão da Município é que ela termine daqui a mais de um ano, em fevereiro de 2026.

Já foram pagos R$ 4.681.437,81 à empresa e mais R$ 9.312.631,96 estão empenhados, ainda de acordo com o portal.

Conforme a prefeitura, a obra alcançou 17% de avanço no cronograma. Entre as intervenções já realizadas estão a contenção das margens do Córrego Anhanduí com sistema gabião, recapeamento asfáltico e sinalização. Etapa anterior, a primeira, foi realizada entre a Rua Santa Adélia e a Rua da Abolição.

O Campo Grande News questionou a assessoria de imprensa do município sobre o que falta executar para a conclusão. Não houve resposta até o fechamento desta matéria.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias