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Capital

"Mestre" para o PCC, defensor público de MS é preso

Defensor já havia sido afastado no dia 1º de março durante investigação sobre envolvimento de grupo com facção

Dayene Paz | 14/03/2023 12:33
Gaeco durante buscas em um dos endereços durante deflagração de operação em março do ano passado. (Foto: Henrique Kawaminami)
Gaeco durante buscas em um dos endereços durante deflagração de operação em março do ano passado. (Foto: Henrique Kawaminami)

Por suspeita de integrar o PCC (Primeiro Comando da Capital), o defensor público Helkis Clark Ghizzi foi preso na manhã desta terça-feira (14) em cumprimento a um mandado expedido durante a segunda fase da Operação Courrier, chamada de "Maître", deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Segundo as investigações, integrantes da facção chamavam Helkis de "mestre".

A investigação apontou indícios do envolvimento do defensor com a associação criminosa, sendo a prisão preventiva - por tempo indeterminado - expedida pelo juiz Eduardo Eugênio Siravegna Júnior, da 2ª Vara Criminal de Competência Residual, nesta segunda-feira (13).

Nesta manhã, Helkis foi abordado quando saía de casa, no Centro de Campo Grande, em seu veículo Toyota Hilux, momento em que foi cumprido o mandado. Em seguida, ele foi levado à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro, sendo acompanhado pelo advogado, depois ao Imol (Instituto Médico e Odontológico Legal), onde faz exame de corpo de delito.

Helkis deve ficar detido em uma das celas do Presídio Militar.

Imol, em Campo Grande, onde defensor público passa por exame de corpo de delito. (Foto: Mariely Barros)
Imol, em Campo Grande, onde defensor público passa por exame de corpo de delito. (Foto: Mariely Barros)

O defensor público já havia sido afastado durante a deflagração da operação, no dia 1º de março deste ano, na Capital. Na data, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão.

O Gaeco apura crimes de associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e violação de sigilo funcional qualificada, atribuídos a um advogado apontado como “gravata” do PCC (Primeiro Comando da Capital) - que já se encontra custodiado preventivamente -, o defensor público e seu ex-assessor, também advogado.

O nome da operação "Maître", inclusive, faz alusão à forma que os demais integrantes da associação se referiam ao defensor público, denominado como “Mestre”, tratamento conferido aos operadores do Direito.

A Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso do Sul se limitou a dizer que "aguarda receber todas as informações a respeito da operação realizada nesta terça-feira".

A reportagem não conseguiu contato com o advogado do defensor público Helkis Clark Ghizzi.

Conforme o Gaeco, as investigações, que começaram no início do ano passado, apontaram a formação do núcleo “Sintonia dos Gravatas”, célula do PCC, na qual advogados valiam-se, criminosamente, de suas prerrogativas constitucionais para transmitirem recados de faccionados presos a outros membros da organização criminosa, inclusive sobre planejamento de atentados contra a vida de agentes públicos: um juiz e um promotor.

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