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Capital

“Minha casa não é hotel”, reclama dona de imóvel onde preso foi recapturado

Mulher de 28 anos foi levada para a delegacia ontem, junto com o namorado e os três filhos

Por Ângela Kempfer e Ana Beatriz Rodrigues | 07/03/2024 18:41
Casa chamada de hotel do crime pelo Garras, no Jardim Campo Alto. (Foto: Alex Machado)
Casa chamada de hotel do crime pelo Garras, no Jardim Campo Alto. (Foto: Alex Machado)

Mulher de 28 anos, proprietária de um imóvel no Jardim Campo Alto, em Campo Grande, anda nervosa depois que a casa dela foi chamada pela polícia de “hotel do crime”. Pedindo para não ser identificada, a jovem garante que não conhece o homem que escapou do Presídio Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima, e acabou descoberto ontem pelo Garras, dentro da residência dela.

A mulher admite que sabia que três homens estavam escondidos na região e que ajuda o grupo. “As vezes vinham aqui pedir para carregar o celular”. Mas jura que nunca eles se hospedaram na casa dela. "Eu alugo um quarto para outra jovem e foi ela quem deixou eles entrarem ontem”, afirma.

A mulher diz que na quarta-feira saiu e quando voltou viu o cerco da polícia. "Pela grade do portão ainda vi um homem pulando o muro. Aí levaram todo mundo. Meu namorado e meus três filhos, tudo para a delegacia. Depois liberaram”, conta.

O imóvel fica em travessa de apenas uma quadra. Com cerca de 50 metros quadrados, tem sala, 3 quartos, cozinha, banheiro e quintal. È protegida apenas por uma grade de ferro e o muro baixo, de um metro e meio de altura, Da rua, é possível ver toda a movimentação no interior.

Nos fundos, estrutura de alvenaria começa a ser levantada para construção de um banheiro. “Falaram que ali era buraco para preso poder fugir. Mas não tem nada disso. Vou construir um banheiro para esse quarto que eu alugo, ai acharam que a obra era o buraco”, diz a proprietária.

Vizinhos contam que a mulher vive no imóvel há um ano e confirmam a versão de lugar "pacato". Pedreiro de 50 anos, que vive ao lado da casa, garante que nunca viu movimentação suspeita no lugar. Ontem, foi a primeira vez. “Cheguei de noite e já estava a maior muvuca de policiais. Não sabia muito bem o que tinha acontecido, mas ouvi que estavam abrigando um fugitivo. Mas elas nunca deram problema”.

Já para o Garras, a história é outra. A polícia diz que monitorou familiares e pessoas ligadas aos dois presos que fugiram da Máxima, até chegarem ao imóvel no Campo Alto.

No local, deram de cara com Naudiney de Arruda Martins, de 32 anos, que acabou preso na noite desta quarta-feira (6) pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros). Outro fugitivo da Máxima, Douglas Luan Souza Anastácio, de 33 anos, ainda é procurado.

Integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo a polícia Naudiney era encoberto por comparsas e o plano seria levá-lo para a fronteira com o Paraguai.

Ontem, ao avistarem o foragido, os policiais deram ordem de prisão, mas ele tentou fugir pulando muros e invadindo imóveis, até se esconder em uma casa em construção, onde acabou capturado na laje.

A polícia descobriu que o foragido Douglas estava na mesma casa, mas minutos antes da batida dos investigadores saiu. Outro homem com mandado de prisão em aberto por tráfico de drogas e corrupção de menores foi localizado no mesmo lugar, por isso o batismo de "hotel do crime".

Além disso, outros quatro homens, com idades entre 18 e 28 anos, foram presos na casa. A localização do fugitivo contou com o apoio da GISP (Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário).

[ * ] Matéria alterada às 19h43 para correção de informação.

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