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Capital

Morador de rua foi morto por cinco pessoas depois de tentar estuprar grávida

Mulher contou que um dos autores chegou a lamber faca suja de sangue após esfaquear homem

Ana Oshiro | 28/03/2022 10:09
Corpo de Bombeiros e Polícia Militar no local do crime na manhã do último sábado. (Foto: Henrique Kawaminami)
Corpo de Bombeiros e Polícia Militar no local do crime na manhã do último sábado. (Foto: Henrique Kawaminami)

Daniel Carvalho Cordeiro, conhecido como "Pokan", e Carlos Daniel Teixeira de Almeida, com apelido de "Paraná", foram presos como principais suspeitos pela morte do morador de rua Dilson do Nascimento Oliveira, de 50 anos, assassinado com mais de dez facadas no último sábado (26).

Dilson foi morto depois de tentar estuprar uma jovem de 20 anos na madrugada de sexta-feira. Ela contou à polícia que, ao todo, cinco pessoas participaram do assassinato de Dilson. Daniel e Carlos passaram por audiência de custódia na manhã desta segunda-feira e ficarão presos preventivamente.

A jovem contou que mora junto com o namorado, identificado como "Borracha", e com o amigo dele "Pokan" há dois meses, perto da Orla Morena. Na madrugada de sexta-feira, ela pediu para "Pokan" ir comprar um miojo na conveniência que fica perto da casa, mas ele demorou para voltar, então, ela foi sozinha atrás dele.

No caminho para a conveniência, um homem usando apenas sunga, que seria Dilson, teria tentado estuprar a jovem, puxando a saia dela e jogando uma pedra contra a gestante, dizendo "Vou te pegar". Ela conseguiu correr até a conveniência e pediu ajuda para "Pokan" e outras pessoas que estavam no local.

Corpo de Dilson foi encontrado caído na rampa que dá acesso à parte interna do prédio. (Foto: Henrique Kawaminami)
Corpo de Dilson foi encontrado caído na rampa que dá acesso à parte interna do prédio. (Foto: Henrique Kawaminami)

Conforme o depoimento da jovem, "Pokan" deu alguns socos em Dilson e foi acordar "Borracha" para capturarem o homem. Durante as buscas, eles viram uma viatura da Polícia Militar e contaram o que aconteceu, os policiais localizaram e prenderam o homem. O boletim de ocorrência da tentativa de estupro foi realizado na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

Já na madrugada de sábado, segundo a jovem, um amigo de "Borracha" e "Pokan", que ela não conhece, apareceu na casa deles pedindo para irem até a esquina, quando perguntou para "Borracha": "Esse que é o jack que tentou estuprar sua mulher?". Depois que a jovem e o namorado confirmaram, "Pokan" disse que mataria Dilson e o homem desconhecido colocou uma faca no pescoço do morador de rua.

A jovem conta que implorou para não matarem Dilson e pediu apenas que "Borracha" desse uma surra no homem, para ele não tentar estuprar mais ninguém, mas que "Pokan" estava bêbado e havia usado cocaína e ignorou o pedido. A jovem, o namorado "Borracha", "Pokan", o amigo desconhecido e Dilson foram caminhando até a antiga rodoviária.

Chegando no local, segundo o depoimento da mulher grávida, havia outras cinco pessoas com facas nas mãos esperando eles em um beco. "Pokan" colocou Dilson sentado e foi o primeiro a esfaquear, dando um golpe no pescoço. Em seguida, os outros começaram a esfaquear Dilson também, sendo "Cozinheiro" o segundo a dar o golpe, depois "Marcinho", "Paraná" e, por último, "Barba", totalizando mais de 15 golpes de faca.

A jovem contou ainda que "Pokan" chegou a lamber a faca suja de sangue depois que Dilson morreu e todos foram embora. Segundo o depoimento, "Borracha" não participou do assassinato e estava apenas ajudando a namorada, que passava mal com a situação. Sem conseguir dormir, perto das 7h, eles voltaram no local do crime e viram que o corpo ainda estava lá, então, ela ligou para os Bombeiros e voltou para casa.

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