Morador de rua há 25 anos, hoje Arildo vive em meio aos entulhos
Na esquina das ruas Japão e Ouro Verde, resto de construção, móveis e carros chama a atenção
Não há como passar ali e não reparar: a pilha de entulhos é grande e incomoda só de olhar. Quem mora perto, então, lamenta a situação e torce para que em breve alguém apareça e encontre uma solução para o verdadeiro caos existente naquela esquina.
A esquina poderia ser uma qualquer, mas já se tornou referência - mesmo que negativa - para quem passa no encontro das ruas Japão e Ouro Verde, no bairro Marcos Roberto, região sul de Campo Grande e próximo ao Shopping Norte Sul Plaza.
"Aqui morava um senhor, a mulher dele e suas filhas, mas logo que esses senhores morreram as filhas foram embora e o local ficou abandonado. Acho que ficou para o inventário, mas já entraram no prédio e acabaram com tudo", comenta Maria Aparecida, de 65 anos.
Vizinha do local, ela diz ainda que o problema ali não é de segurança, por ora, e sim de desvalorização. "Aqui era mais bonitinho, mas faz uns seis anos que foram desmontando o que tinha e virou um lixão a céu aberto", comenta.
Sem sombra de dúvida, um problema a se resolver. E sem sombra de dúvida, uma história a ser compreendida. Sem oferecer resistência, Arildo sai do que restou dos prédios que existiam ali e veio conversar com a reportagem.
Morador de rua há 25 anos, ele diz ficar naquela esquina há 12 e ter 56 anos de idade. "Já morava na rua quando vi que não tinha ninguém nesse espaço, estava vazio, e então fiquei. Até pensar já em limpar aqui e fazer uma horta", frisa Arildo Alves.
Hoje, há energia no local graças a uma 'gambiarra' feita no padrão. Já água, ele consegue apenas quando vai a um posto de gasolina próximo e leva. "Um casal ia nos ajudar com uma caçamba e uma patrola", disse, sem revelar que os materiais que ali estão são levados, justamente, por ele e seus colegas de moradia.
Ali, há desde ferragens de carros e capota de camionete, até sofá velhos, papelões e restos de construção que sobraram no local. "É uma situação bem difícil", reconhece Arildo, que junto aos itens que tanto incomodam, segue aguardando sabe se lá de onde uma solução, que sabe-se lá quando chegará.