Moradores cobram presença de agentes de saúde em bairros
Com a declaração das autoridades de que Campo Grande vive uma epidemia da dengue e com o decreto de situação de emergência, nos bairros da Capital a preocupação com a proliferação do mosquito transmissor da doença é unânime, e a cobrança pela visita dos agentes de saúde também.
A equipe do Campo Grande News percorreu alguns bairros da cidade para ver como está a frequência de visitas dos agentes de saúde nas casas. Dependendo da região, a presença dos agentes é bem esporádica, enquanto em outros locais, as visitas são praticamente mensais.
Na casa do aposentado Valdeci Alves Couto, 41 anos, na rua dos Farmacêuticos, no bairro Arnaldo Figueiredo, a última visita de um agente de saúde registrada no controle de frequência foi no dia 15 de outubro de 2012.
Embora o quintal dele esteja bem limpo e aparentemente sem qualquer indício de foco da dengue, a preocupação do aposentado é em relação às casas vizinhas. “No final da tarde fica cheio de mosquito aqui na região, e, querendo ou não, os agentes ajudam a orientar a população e a eliminar os focos”, pontua.
A situação é a mesma no bairro Dalva de Oliveira II. Na casa da auxiliar de caixa Débora Rodrigues, 17 anos, o último registro de visita é de novembro do ano passado. Ela mora na rua da Sanfona e afirma que na região os agentes de saúde passam apenas uma vez ao ano.
“Em 2011 minha mãe pegou dengue, fico preocupada porque estamos vivendo uma epidemia e não há uma fiscalização e orientação maior sobre os cuidados que as pessoas precisam ter”, alerta.
No bairro Tiradentes, um dos bairros apontados como críticos pela Prefeitura, a visita dos agentes de saúde parece estar em dia. Pelo menos a dona de casa Neuza Maria de Araújo, 54 anos, moradora na rua Romeu Alves Camargo, não tem do que reclamar, já que o último registro do agente foi feito na semana passada.
A frequência dos agentes de saúde no bairro Jardim Porto Belo também não deixa a desejar e os moradores garantem que estão satisfeitos com a atuação dos profissionais.
Na casa da serviços gerais Maria Aparecida Ribeiro Shabalin, 60 anos, que mora na rua Britônia, um agente passou no último dia 5 de janeiro. “Eu sempre cuido do meu quintal, mas tem gente que não tem juízo, e os agentes fiscalizam isso”, comenta.
Apesar da bagunça espalhada pelo quintal, a dona de casa Maria de Souza, 65 anos, afirma com todas as letras que lá não há foco do mosquito da dengue. “A gente cuida para a água não ficar parada, também temos medo de pegar a doença”, diz.
Ela mora na rua Paraí, também no Jardim Porto Belo, onde a agente de saúde passou na primeira semana de janeiro. “Estão fazendo um trabalho bom, conscientizam as pessoas, colocam veneno onde precisa, não tenho o que reclamar”, afirma a dona de casa.
A Prefeitura de Campo Grande decretou na semana passada situação de emergência por causa da epidemia da dengue. A cada mil moradores da Capital, 12 estão com a doença, considerando o índice de 1.211,3 casos da doença para cada 100 mil habitantes.