Moradores do Monte Alegre reclamam de lixo, do trânsito e de quase tudo
Inconformados com a situação, os moradores do Jardim Monte Alegre relataram os problemas causados pelo trânsito, falta de calçadas e por um lixão no bairro. Eles contaram que a reigão está abandonada e que os problemas precisam de solução urgente.
“Você tem que ver a gracinha que está aqui”, ironizou a doméstica Nair Alves Faria, 56 anos, sobre a situação do bairro. Na rua Padre Julião Urquiza, onde a doméstica trabalha, a situação está crítica. “Tem várias valetas na rua, que já nem tem asfalto. Eu tenho que empurrar minha bicicleta até o asfalto”, comentou.
Nos dias de chuva a situação piora. “As valetas ficam parecendo cachoeiras”, contou Neide. Ela relatou que para entrar em casa, a sua patroa tem que dar a volta na residência e entrar por outro portão.
Além da falta de asfalto, Neide reclamou da falta de iluminação na rua. “Eu trabalho há cinco anos aqui e até hoje não colocaram os poste de iluminação, mas eles cobram isso na conta de energia”, afirmou.
Pelo bairro nota-se que as calçadas, quando existem, estão tomadas pelo matagal. A aposentada Gilma de França Salor, 70, que utiliza uma cadeira de rodas para se locomover, precisa disputar espaço com os carros na rua Eva Perón. “Aqui não tem acessibilidade alguma”, disse.
Em toda a extensão da rua, até quem está a pé tem dificuldades para se andar. “Antigamente, nós ficávamos felizes quando chegava o aniversário de Campo Grande, pois eles limpavam aqui a calçada, mas hoje nem no aniversário fazem mais isso. Não conseguimos andar pela calçada”, comentou o marido de Gilma, Joaquim Salor Filho, 79.
O casal relatou que o trânsito no local é caótico, principalmente no cruzamento da Rua da Divisão com a Eva Perón. “Muitas crianças passam por aqui, na entrada e saída da escola, e é muito perigoso”, disse Gilma.
Para a empresária Suzi Medeiros de Albuquerque, 48, a rotatória construída no cruzamento ajudou, mas ainda não é suficiente para conter o grande número de carros que passa pela região. “Eu acho que deveriam colocar um semáforo aqui, pois é um grande fluxo de veículos”, relatou.
Ela contou que a cerca de dois anos foi colocada a rotatória no local, mas ainda acontecem muitos acidentes. “Muitos não respeitam, passam por cima dela”, comentou a empresária.
O síndico Samuel Dias, 50, contou que mora no bairro há três anos e a situação só piorou. “As ruas estão todas arregaçadas. Está muito difícil. Quando chove a água chega na canela”.
A insegurança também foi um dos problemas relatados pelos moradores. “Aqui acontecem muitos assaltos e roubos. Já entraram aqui na frutaria há um mês”, disse a estudante Yasmim Medeiros de Souza, 18. Ela relatou que o a incidência de crime é alta na região, então precisaram reforçar a loja onde ela e Suzi trabalham. "Colocamos câmeras e um segurança noturno aqui".
Próximo a Avenida Guaicurus, ainda no Jardim Monte Alegre, os moradores contaram sobre um lixão criado. “Se você for lá todos os dias, você consegue até mobiliar uma casa, com tantos móveis jogados ali”, comentou a doméstica Nair.
Para quem utiliza matérias recicláveis para viver, o local é um chamariz. “Eu consigo pegar muitas coisas aqui. Dos materiais recicláveis até pneus de carro”, afirmou o catador de lixo Ronaldo Rodrigues, 27.
Com lixo até no meio da rua, os moradores acabam ironizando a situação. “Um dia vou acabar tropeçando em algum defunto ali”, brincou Nair.
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