Moradores elogiam obra, mas apontam falhas na Via Morena
Prolongamento da ciclovia para beneficiar bairros próximos ao aeroporto é principal reivindicação
A avenida Duque de Caxias e os seus arredores ganharam novo visual desde a inauguração das obras da Via Morena, no dia 17 de setembro. Toda a via foi revitalizada e quem passa pelo local sente as melhorias.
“Ficou uma beleza essa obra. Muito bom pra gente da região. É um espaço de lazer, que revitalizou a avenida”, diz a moradora do bairro Nova Campo Grande, Lucimara Pereira da Silva, de 29 anos, que aproveitou para passear com os filhos no mirante em frente ao aeroporto, nesta manhã.
Mas os moradores reclamam de algumas “falhas” no projeto da obra, que atrapalham na utilização da via. O principal problema é que a ciclovia, que deve beneficiar àqueles que precisam se locomover de bicicleta, não liga os bairros nas imediações do aeroporto, como o Nova Campo Grande.
“Os ciclistas continuam passando pela rodovia, correndo perigo. Aquela parte – após o aeroporto – que é a mais perigosa, direto tem acidente”, afirma.
Para Fábia Britez, a ciclovia “poderia ter sido ampliada um pouco mais para privilegiar os moradores dos bairros próximos, que devido à falta da ciclovia, ainda continuam utilizando a perigosa Duque de Caxias para se locomover de bicicleta”.
Com 4,5 quilômetros de extensão, outro ponto atrapalha a locomoção pela ciclovia: os alagamentos. “Esse lugar aqui sempre fica alagado quando chove. Tem que passar pela calçada”, diz o zelador Angelo da Fonseca, de 50 anos.
Mas ele também afirma que esse problema é comum em outras ciclovias da cidade.
No entanto, o zelador é enfático ao afirmar que a ciclovia deu mais segurança ao seu trajeto. Ele mora no bairro Zé Pereira e mudou o trajeto até o centro da cidade só para passar pela ciclovia da Via Morena e diminuir os riscos de acidente.
“Depois que inauguraram eu deixei de ir pela Julio de Castilho e prefiro pedalar um pouco mais para ter segurança. Vou até o centro por aqui”, diz.
Poste no meio do caminho - A ciclovia ainda conta com dois obstáculos no percurso, postes da rede de energia que ficaram bem no meio da via após a conclusão das obras.
Lixo no lixo - A moradora Fábia também reclama da falta de lixeiras no trajeto. Ela garante que “fiz todo o trajeto da ciclovia e não há nenhum lixeira”.
A consequencia já pode ser vista com o lixo jogado nas laterais da Via Morena. “Falta conscientização das pessoas também”, frisa Lucimara.
Escuro - Ainda segundo Fábia, os responsáveis “esqueceram” de iluminar o mirante em frente ao aeroporto.
“O lugar é muito bom, gosto de passear lá, mas esqueceram de colocar os postes de iluminação. Só instalaram na ciclovia e à noite o local fica escuro, até perigoso”, garante.
Esta etapa da Via Morena teve investimentos de pelo menos R$ 13 milhões. A via foi alargada, compondo três faixas de rolamento, mais uma de estacionamento, totalizando 12,6 metros.
Por quê? - De acordo com o secretario de Obras do município, João de Marco, a obra foi entregue, mas ainda serão feitos alguns reparos dentro dos próximos meses. A luminária do mirante, segundo ele, ainda não foi instalada porque o equipamento não chegou, mas neste mês deverá ser entregue e instalado.
As lixeiras também já foram solicitadas. De Marco também afirma que a empresa de energia já foi acionada para mudar a colocação dos postes de energia.
Já os pontos de alagamento na ciclovia são de responsabilidade da empresa construtora, que deverá arrumar a pista para solucionar o problema. Todas as medidas devem ser finalizadas pelos próximos dois meses.
Sobre a extensão da ciclovia, o secretario esclarece que o projeto não tinha recursos para o prolongamento, mas que os bairros serão beneficiados com a ciclovia das obras do Imbirussu/Serradinho, que cortará a Duque de Caxias logo após o aeroporto.
“Os moradores podem ter acesso a via do Imbirussu/Serradinho por dentro do bairro e aí seguem até a Via Morena”, explica De Marco.