Moradores ignoram epidemia e criam focos do mosquito da dengue e zika
Apesar dos alertas dos agentes de saúde e com mais uma doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, além da dengue e chikungunya, agora também o zika, a população continua descartando lixo com embalagens, que podem se transformam em recipientes para a proliferação do transmissor. Até mesmo carcaças de veículos são colocadas em terrenos; uma armadilha nesta época de epidemia.
Mas parece que alguém não teve essa preocupação no Bairro Guanandi, em Campo Grande. Na Rua Itaguassu um ferro velho com carros pequenos e até um caminhão foram descartados em terreno baldio. Ninguém na região conhece o proprietário dos veículos deixados por lá há muitos anos.
“Os vizinhos vivem comentando e reclamando sobre esses carros, mas ninguém sabe quem é o dono para procurar ele e pedir que faça a retirada”, explica a autônoma Karen Silva, 22 anos, que mora ao lado da área.
Ela conta que todas as vezes que chove a água fica acumulada nos veículos, o que aumenta o número de mosquitos em sua residência. “Quando chove muito fica insuportável de mosquito. É dia e noite se abanando. Para ficar dentro de casa só passando o inseticida”, complementou.
Na Avenida Ernesto Geisel, às margens do Rio Anhanduí, há centenas de sacolas plásticas e garrafas de plástico. A contadora Daniela Camargo, 33, mora no condomínio Flor de Lis, em frente a avenida, e diz que vários insetos saem do amontoado de lixo, inclusive, ela já foi picada por uma escorpião.
“Toda hora eu flagro alguém jogando lixo por aqui. O pior é que moram dez famílias no condomínio e a maioria com crianças, então imagina só o risco de alguém ficar doente, principalmente os menos que são mais suscetíveis”, comentou Daniela.
No Santa Emília, uma estrada vicinal que liga o bairro à Vila Nova Campo Grande, é utilizada como depósito de lixo. Por lá, é possível encontrar diversos recipientes de plástico e até pneus, que acumulam água. “Sempre tem um jogando lixo. São moradores do próprio bairro e gente de fora também. Acredito que essas pessoas não pensam na vida dos outros”, destacou a empregada doméstica Maria Veneri da Cruz Lima, 56.
“As pessoas pensam que limpeza de terrenos baldios, muito usados para o descarte de lixo, é somente da responsabilidade da prefeitura, só que não é desta forma que funciona. Cada um precisa fazer sua parte”, reclama a auxiliar de fotógrafo Viviane Diniz, 22.
A dona de casa Eva Raquel Martins, 22, que está gestante, disse que quando chove a água fica empossada nas ruas do bairro não asfaltadas. “Esta situação piora ainda mais. É muito pernilongo dentro de casa”, finalizou.