Moradores reclamam de bairros cheios de mato e ruas intransitáveis
Moradores de vários bairros de Campo Grande têm reclamado da situação de abandono na cidade, com áreas tomadas pelo mato e ruas intransitáveis em diferentes regiões. Diante de tantas denúncias, o Campo Grande News percorreu alguns locais alvos de reclamação para constatar o problema e cobrar encaminhamentos por parte da Prefeitura.
As reclamações de moradores são sobre sujeira em terrenos baldios – públicos e privados –, ruas intransitáveis, focos de Aedes aegypti, abandono de escolas e Ceinfs (Centros de Educação Infantil), entre outros. No Bairro Estrela Dalva, norte da Capital, a maior preocupação de quem vive no local é principalmente com o terreno baldio ao lado do Ceinf José Ramão Cantero, que está tomado por mato e lixo. A área é usada como depósito de entulhos, material jogado lá pelos próprios moradores.
E seria possível até mobiliar uma casa com o que é deixado no local. Os itens vão desde sofás até brinquedos. E possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, zika e chikungunya, também são fáceis de encontrar – como latas, garrafas, e outros materiais que acumulam água.
O aposentado Nilson de Barros Lima, 63 anos, fala com orgulho que foi o terceiro morador do bairro em 1977. Ele lamenta a situação e afirma que o local não é limpo há meses. “É muito triste ver nosso bairro desse jeito. Além disso, todo esse lixo contribui para manter locais onde o mosquito da dengue pode se proliferar”.
Enquanto a reportagem estava no local, uma moradora que preferiu não se identificar, afirmou que por conta da sujeira no terreno baldio, animais peçonhentos entram no Ceinf. “Meu filho estuda na creche, já acharam escorpião dentro da sala de aula. E no pátio interno o mato também tomou conta. As crianças não tem onde brincar. O parquinho fica com mato em todo o entorno, é perigoso demais”, disse ela.
Rua intransitável – Outra situação problemática é na Rua Salomão Abdala, no Jardim Pacaembu, região sul da Capital. Lá a via mais parece um vale. A cratera que se abriu no local impediu até mesmo o tráfego do caminhão que recolhe o lixo no bairro. Lá também tem terrenos baldios cheios de lixo e entulho, que podem contribuir para a proliferação do Aedes.
Para poder ter a coleta seletiva, os moradores afirmam que precisam levar o lixo até a Rua Carlota Massa Farina, que é asfaltada. “Precisamos andar uns 200 metros do local mais crítico da rua até onde o caminhão de lixo consegue passar. Já fiz reclamações em umas três secretarias e nada foi feito”, afirmou o morador Sebastião Fogaça.
Os moradores afirmam que a cratera foi aberta em dezembro do ano passado, por conta da forte de chuva que atingiu a cidade na época. Mas o problema na rua é antigo. “Essa cratera apareceu no Natal, mas antes a rua já era ruim. Só que agora piorou. Eu mesma cai de bicicleta nela e agora só ando a pé”, disse a moradora Célia Torres, 39 anos.
Ela é mãe de duas crianças – uma de 4 anos e outra de 8 meses – e tem medo do fluxo constante de caminhões no local. A rua fica a poucos metros do anel rodoviário que liga as rodovias BR-163 e BR-262. “Os poucos caminhos que passam sobem perto do muro da minha casa, para desviar da cratera. Tenho medo e por causa da minha filha, fico cuidando o tempo tempo. É perigoso”, afirmou.
Outra situação é que no cruzamento das ruas Salomão Abdala e Padre João Delfino, existe uma tubulação de água, da concessionária Águas Gariroba. Uma placa alerta “Perigo – tubulação de água bruta. Não escavar”. Porém a tubulação está totalmente exposta por conta do problema da rua.
Prefeitura – A Prefeitura Municipal informou que a Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação) não tem previsão para cascalhamento das vias sem asfalto. Isso porque os contratos com as empresas que prestam esse serviço estavam sendo auditados e agora vão ser retomados.
Já em relação aos Ceinfs, a administração municipal informou que a limpeza deve acontecer até o início das aulas. E sobre os terrenos baldios públicos nenhum prazo foi estipulado.
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