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Capital

Laudo confirma versão de testemunhas sobre morte em lava jato

Parecer técnico confirmou versão de testemunhas que afirmaram que mangueira foi introduzida no ânus do rapaz

Amanda Bogo e Adriano Fernandes | 24/05/2017 15:37
Wesner morreu no dia 14 de fevereiro após sofrer choque hipovolêmico seguida de parada cardiorrespiratória (Foto: Arquivo Pessoal)
Wesner morreu no dia 14 de fevereiro após sofrer choque hipovolêmico seguida de parada cardiorrespiratória (Foto: Arquivo Pessoal)

Confirmando a versão de testemunhas, parecer médico pedido pela Depca (Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente) aponta que a mangueira do compressor de ar foi introduzida no ânus de Wesner Moreira da Silva, 17 anos, morto no dia 03 de fevereiro em um lava jato de Campo Grande. 

De acordo com o delegado titular da Depca, Paulo Sérgio Lauretto, Thiago Giovanni Demarco Sena, 20 anos, e Willian Henrique Larrea, 30, serão indiciados por homicídio doloso pelo concurso de pessoa. O inquérito foi encerrado e será levado para a Justiça na próxima semana.

O parecer médico foi pedido após o primeiro laudo, realizado onze dias após o crime, não apontar indícios suficientes que indicassem que a mangueira teria ou não sido introduzida. “Como o exame foi feito após um tempo do crime os ferimentos poderiam ter curado, por isso foi pedido novo parecer técnico”, explicou Lauretto.

No novo documento, que avaliou exames e medicações desde o dia da internação, ficou comprovado que “não teria como ele ter sofrido todas as agressões em toda a gravidade que elas foram cometidas sem ter sido introduzida”, afirmou o delegado.

O delegado pontuou que isso comprova a versão dada por testemunhas – ao todo foram ouvidas 12 pessoas que não foram identificadas -, apesar de na primeira vez de ter sido ouvido, Wesner ter negado a versão.

“Ele foi ouvido em um ambiente que não era adequado para aquele tipo de interrogatório, porque estava em uma enfermaria com vários pacientes, por isso pode ter se sentido envergonhado. Depois que foi transferido, ele teria dito que a mangueira foi introduzida. Os próprios suspeitos também teriam afirmado isso, segundo testemunha”.

O advogado dos suspeitos, Francisco Guedes, declarou que deve ir entre hoje (24) e amanhã (25) à delegacia para apresentar seus clientes. “Acredito na versão deles, que já tinham dito que não teriam penetrado a mangueira”, encerrou.

Caso - O caso foi denunciado pelo primo da vítima, de 28 anos, na sexta-feira (3), mesmo dia que ocorreu o crime. No relato à delegacia, o rapaz disse que o adolescente “brincava com os colegas de trabalho”, quando um dos homens o agarrou e o dono do estabelecimento inseriu a mangueira de ar comprimido no ânus do garoto.

Wesner teve uma hemorragia grave e uma parada cardiorrespiratória. Segundo a assessoria de imprensa da Santa Casa, onde o adolescente de 17 anos estava internado há 11 dias, ele morreu às 13h35 do dia 14 de fevereiro depois que médicos tentaram reanimá-lo por 45 minutos.

No período em que esteve internado, o adolescente já havia passado por dois procedimentos cirúrgicos após perder metade do intestino grosso em decorrência da agressão.

Em termos técnicos, Wesner morreu após sofrer um choque hipovolêmico (grande sangramento na região toráxica) seguida de parada cardiorrespiratória. 

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