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Capital

"Devem rir do que houve", lamenta mãe sobre suspeitos de matar Wesner

Ainda à espera de Justiça, família de garoto morto em lava jato protesta em frente ao Fórum da Capital

Luana Rodrigues e Amanda Bogo | 03/03/2017 14:43
Saída de manifestantes do Parque Belmar Fidalgo. (Foto: Amanda Bogo)
Saída de manifestantes do Parque Belmar Fidalgo. (Foto: Amanda Bogo)
Thiago Giovanni Demarco Sena, 20 anos, e Willian Henrique Larrea, 30, envolvidos no crime. (Foto: Reprodução/ Facebook)
Thiago Giovanni Demarco Sena, 20 anos, e Willian Henrique Larrea, 30, envolvidos no crime. (Foto: Reprodução/ Facebook)

Sem respostas da Justiça, a dona de casa Marisilva Moreira da Silva, 44 anos, busca forças para lutar pela punição dos envolvidos na morte do filho, Wesner Moreira da Silva, de 17 anos.

Em um protesto realizado na tarde desta sexta-feira (03), que saiu do Parque Belmar Fidalgo e seguiu até a frente do Fórum de Campo Grande, cerca de 30 pessoas, entre amigos e familiares do garoto, cobram uma atitude do judiciário quanto ao caso, que ocorreu há um mês.

Wesner morreu após ser vítima de agressão com uma mangueira de ar, que os autores, Thiago Giovanni Demarco Sena, 20, dono do lava jato e Willian Henrique Larrea, 30, chamaram de “brincadeira”.

“Eu não consigo dormir sabendo que os dois estão soltos, porque podem estar planejando fazer isso com outras pessoas. Tenho certeza que eles estão em algum lugar rindo do que aconteceu e escolhendo a próxima vítima”, diz a mãe de Wesner.

Para a manifestação, familiares levaram faixas e cartazes com fotos de Wesner, além de mensagens pedindo “Justiça”.

De acordo com a família, a Justiça não está dando a devida atenção ao caso, já que não entra um consenso com relação a natureza do crime e não decreta a prisão dos envolvidos.

“Não foi brincadeira, porque o meu primo (Wesner) pediu que parassem e eles continuaram. Estamos revoltados, porque faz um mês e não aconteceu nada com os autores. Tudo foi feito com muita frieza, acho que eles deveriam se entregar por conta própria”, considera a prima da vítima, Patrícia Brites, 39 anos.

Prisão - A falta de consenso sobre a natureza do crime que resultou na morte do adolescente, fez com que o Justiça negasse pelo segundo dia seguido a prisão dos autores.

Thiago e Willian, tiveram pedidos de prisão encaminhados à Justiça Estadual. Porém, na quinta-feira (16), o juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 7ª Vara Criminal de Campo Grande, declinou do caso e o encaminhou para outra vara.

O motivo foi o entendimento dele de que caso se trata de um homicídio doloso, ao invés de uma lesão corporal grave que resultou em morte posterior. Assim, o caso parou nas mãos de Carlos Alberto Garcete, juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri,q ue negou a prisão dos envovlidos no dia 17 do mês passado.

Entretanto, hoje o magistrado também negou a prisão e também afirmou entender que o caso deve ser julgado pelo colega que encaminhou o caso à ele. "Haja vista que o Ministério Público entendeu, num primeiro momento, que se trata de crime de lesão corporal seguida de morte, e não de crime doloso contra a vida", justificou o juiz.

Crime - Quem fez a denúncia contra a dupla foi o primo da vítima, de 28 anos, na sexta-feira (3), mesmo dia do crime. No relato à delegacia, o rapaz disse que o adolescente “brincava com os colegas de trabalho”, quando um dos homens o agarrou e o dono do estabelecimento inseriu a mangueira de ar comprimido no ânus do garoto.

Wesner teve hemorragia grave e uma parada cardiorespiratória na Santa Casa. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, onde o adolescente de 17 anos estava internado há 11 dias, ele morreu às 13h35 de terça-feira (14) depois que médicos tentaram reanimá-lo por 45 minutos.

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