Motoristas de aplicativo da Capital decidem aderir à paralisação nacional
É esperado que pelo menos metade dos profissionais paralisem suas atividades durante toda a segunda-feira
Motoristas de aplicativo de Campo Grande resolveram aderir à paralisação nacional nesta segunda-feira (15) em protesto contra a defasagem no repasse dos valores das corridas aos motoristas. Apesar da mobilização, até às 8h não havia nenhuma alteração nos valores das corridas.
Na Capital, dos 7 mil motoristas cadastrados nas plataformas da Uber e 99, é esperado que pelo menos metade dos profissionais paralisem suas atividades durante todo o dia, segundo o presidente da Applic/MS (Associação de Parceiros de Aplicativos de Transporte de Passageiros e Motorista Autônomo de Mato Grosso do Sul), Paulo Pinheiro.
Atualmente, os aplicativos cobram taxa de 25% a 40% dos motoristas, e a classe protesta para que esse valor seja reduzido a 12% e 15%. Segundo Paulo, o trabalho não cobre os gastos com o carro, como a manutenção, IPVA, internet para utilizar o aplicativo e a locação dos veículos.
"A ideia é fazer da melhor forma possível a sua manifestação, atingindo as plataformas, não aceitando as corridas e deixando os aplicativos desligados. Não tem como continuar pagando de 25 a 40% de taxa para as operadoras. O gasto que os motoristas têm hoje para manter o carro e atender a população é absurdo", declara o presidente da Applic, Paulo Pinheiro.
O motorista Júlio Cezar Zeilinger, 47 anos, resolveu aderir à paralisação e vai passar esta segunda-feira em casa. Ele explica que os motoristas são submetidos à diversas regras dentro do aplicativo, em relação às corridas, que atrapalham a dinâmica do trabalho.
"Só compensa trabalhar quando a dinâmica está muito alta. Essas regras nos obrigam a aceitar corridas que não tenham um valor significativo, apenas para que nossas taxas de aceitação sejam mantidas e a gente continue recebendo as corridas".