MPE investiga falta de piso tátil em terminais de ônibus da Capital
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Os terminais de ônibus de Campo Grande, que deveriam ser exemplo de acessibilidade pela circulação de aproximadamente 210 mil pessoas diariamente, ainda deixam muito a desejar.
Diante desta situação, a promotora de Justiça dos Direitos Humanos, Jaceguara Dantas da Silva Passos, instaurou investigação para apurar a falta de piso tátil nos terminais urbanos. Conforme consta no edital pública nesta semana no Diário Oficial do Ministério Público Estadual, o objetivo é garantir a sinalização (piso tátil) para os deficientes que passam por esses locais.
A reportagem do Campo Grande News esteve nesta manhã (29) nos terminais General Osório e Morenão. Em nenhum destes locais tem piso tátil tanto fora quando no entorno. Em ambos os terminais, boa parte das calçadas de acesso estão danificadas ou precisando de reparos.
A colocação do piso tátil é prevista na Lei Federal 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, mediante a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios e nos meios de transporte e de comunicação.
Usuários dos terminais de ônibus reclamam desta situação. “Acessibilidade zero”, reclamou o vendedor autônomo, José Araújo, 63 anos.
A indignação dele é compartilhada pela salgadeira Rosimeire Francisco, 50 anos. “ É muito engraço isso. A Prefeitura multa se a gente não colocar piso tátil na calçada de casa, mas ela que cobra acaba não dando exemplo”, comentou.
Para a copeira Sandra Rodrigues, 39 anos, a Prefeitura já tinha que ter tomado uma providência para garantir melhor acessibilidade aos usuários dos terminais.
Jean Saliba, diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Trânsito), órgão responsável pela administração dos terminais, afirmou que ainda não recebeu nenhuma notificação do MPE. Ele explicou que não está prevista a colocação de piso tátil e que é preciso verificar a legislação de acessibilidade primeiro antes de qualquer intervenção nos terminais.
O diretor ressaltou ainda que os terminais precisam de inúmeras melhorias e estuda a tercerização do serviço.