Mulher de detento da Máxima reclama da manutenção do veto à visita íntima
Esposa também pede retorno da visita duas vezes por semana, hoje restrita a uma por mês no presídio
Mulher de detento do presídio de Segurança Máxima (Jair Ferreira de Carvalho), em Campo Grande, critica a demora da volta da visita íntima, suspensa desde 2020, por conta da pandemia da covid-19 e do número reduzido de encontros, ainda restrito a uma vez por mês no estabelecimento penal, sob as regras do distanciamento social.
A reclamação foi enviada ao Campo Grande News e inclui, ainda, a falta de resposta para a volta das visitas na Máxima duas vezes por semana e a liberação de entrada alimentos perecíveis. A mulher, que não quis ser identificada, acredita que o avanço da vacinação poderia justificar a derrubada das medidas.
Desde a pandemia, a visita foi restrita a apenas uma vez por mês, mantendo as regras de distanciamento, sendo uma pessoa por interno, sem contato físico, uso de máscara obrigatório e proibição de entrar com qualquer alimento, produtos de limpeza e higiene.
O distanciamento e a suspensão são válidos para todos os presídios de Mato Grosso do Sul, porém a mulher reclama que outros estabelecimentos já estão com a visitação liberada duas vezes por semana.
“Eles não tem resposta, eles alegam que a população carcerária é grande não tem efetivo, mas o presídio de Dourados (...) tem visitas em 15 em 15 dias”, escreveu a mulher, em email enviado ao Campo Grande News.
No site da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), constam os calendários de visitas nos presídios do Estado, confirmando o calendário citado pela mulher.
Na Máxima, em novembro, presos dos pavilhões IA e II receberão visitas no sábado, dia 13, das 9h às 11h. Os dos pavilhões IIA e VI no dia 14 (domingo), pavilhões IB e V na outra semana, dia 20 e dos internos do IIIB no dia 21.
No IPCG (Instituto Penal de Campo Grande), as visitas no pavilhão 1 (galerias 1B, 2B e 3B), serão realizadas nos dias 3, 17 e 31, por exemplo. A Penitenciária Estadual de Dourados, em agosto, também foram estipuladas duas visitações por semana, dividida por alas e nos períodos da manhã e tarde.
Alimentos – Na reclamação enviada à reportagem, ela também pede que as visitas possam voltar a levar alimentos para os presos, alegando que pagam altos preços na cantina interna.
“Não pode levar nossas tapoer nem nossos alimentos para nossos maridos”, enviou por e-mail. Cita alguns preços, como o “Sazon de 50 centavos por 10 reais, extrato de tomate de 99 centavos por 6 reais”, diz.
A assessoria da Agepen diz que o calendário de visita depende da estrutura de segurança de cada presídio, podendo variar de uma a duas vezes por semana em consequência disso.
Sobre as visitas, a resposta é que "o comitê para medidas de enfrentamento à Covid-19 no sistema prisional de MS, está analisando os procedimentos necessários para o retorno total das visitas, retomadas em agosto com medidas restritivas de biossegurança".
Em relação aos preços dos produtos, a assessoria nega que os citados pela mulher sejam os praticados nas cantinas liberadas nos estabelecimentos penais. O cobrado equivale a 30% do valor da nota, conforme TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), firmado com o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). O montante é revertido para o Fundo Penitenciário.
Sobre a entrada dos produtos, por enquanto, somente estão liberado alimentos não perecíveis, que ainda passam por quarentena e higienização antes de serem liberados.
Conforme o último boletim da Agepen divulgado ontem, são 5.358 casos confirmados de covid-19 nos presídios de MS, sendo 4,7 mil presos internos, 47 monitorados, além de 611 servidores.