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Mulher de Rondônia faz transplante renal na Santa Casa, 7º procedimento este ano

Paula Maciulevicius | 16/06/2011 20:28

Hospital deixou de fazer pelo menos 12 transplantes por falta de estrutura

Depois de percorrer três cidades brasileiras, mãe e filho fazem transplante de rim na Capital. (Foto: Cesar Floriano, assessoria Santa Casa)
Depois de percorrer três cidades brasileiras, mãe e filho fazem transplante de rim na Capital. (Foto: Cesar Floriano, assessoria Santa Casa)

Para aliviar a dor da mãe que há oito anos fazia hemodiálise, a família Chaves percorreu mais de 2,3 mil quilômetros até conseguir realizar o transplante de rins da matriarca, Luz Divina Maria Chaves, 62 anos.

O procedimento foi feito nesta semana na Santa Casa, em Campo Grande, com a doação do filho Carlinhos Rodrigues Chaves, 40 anos.

Este é o 7º transplante realizado no Hospital neste ano, todos de doadores vivos, que passaram por uma série de exames para constatar a compatibilidade, antes da cirurgia.

Segundo a Santa Casa, desde abril toda semana tem ao menos um doador vivo e uma cirurgia de transplante, que atende pacientes daqui e de outros estados.

Familiares da aposentada Luz Divina andaram por três outras cidades antes de chegar a Capital. A paciente foi diagnosticada do problema em 2002, quando percebeu um inchaço no corpo. Preliminarmente foi diagnosticada cirrose, mas na verdade o problema estavam nos dois rins.

O filho Carlinhos esteve em Campo Grande primeiramente realizando exames de compatibilidade. O doador voltou há uma semana para transplantar o órgão.

“O sonho dela era não fazer mais hemodiálise que comprometia sua qualidade de vida. Ela sofria muito. Ela me deu a vida e o rim não me custa nada. Não sinto diferença nenhuma, a sensação é a mesma de antes da cirurgia”, conta.

A Santa Casa de Campo Grande realizou ano passado, 23 transplantes e registrou em média 15 doadores. Porém a felicidade da família Chaves deixou de ser compartilhada por 12 famílias. De acordo com a Santa Casa, pelo menos 12 procedimentos deixaram de acontecer com rins de doadores mortos, na maioria politraumatizados, por falta de estrutura.

Segundo a médica nefrologista Thais Vendas, para utilizar os rins de cadáveres, seria preciso o suporte de uma equipe de 14 médicos para atuar no pós-operatório como parte de uma Unidade de Transplante Renal, com atuação em regime de 24 horas, ao contrário de transplantes vivos, quando há tempo para estudos de compatibilidade e é possível agenda.

Além do vigilante, a mãe tem outros seis filhos. O doador acredita que a falta de doadores está associada à falta de informação. “Muitos parentes deixam de doar às suas famílias, em vida, também porque sentem medo”, acredita.

A transplantada terá de ficar ainda um mês internada para acompanhamento semanal. Após o primeiro mês, a aposentada precisará voltar a cada 30 dias. Ao contrário do filho que fez a doação, que teve alta dois dias após a cirurgia e já pode voltar às atividades.

Luz Divina não sabe como agradecer o gesto solidário do filho. “É muito importante para mim. Agora vão sumir esses caroços do meu braço, eu não vou mais precisar fazer hemodiálise e viajar para visitar minhas irmãs”, comemora.

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