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Capital

Mulher morre com suspeita de meningite na Capital; 2º caso em 6 dias

Aliny Mary Dias e Francisco Júnior | 17/06/2014 08:41
Família mostra prontuário de paciente que morreu em casa (Foto: Marcos Ermínio)
Família mostra prontuário de paciente que morreu em casa (Foto: Marcos Ermínio)

Depois de ficar quatro dias internada em um posto de saúde e a família brigar por uma vaga no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), Maria Juventina, 59 anos, morreu em casa na manhã desta terça-feira (17), no bairro Tarumã. Durante os 15 dias que permaneceu internada no hospital, a paciente teve meningite viral confirmada pela equipe médica. Há seis dias, um adolescente de 15 anos morreu no HU (Hospital Universitário) com suspeita de meningite bacteriana.

Nora de Maria e testemunha da batalha da família, a bancária Márcia Barretos, 39 anos, explica que a sogra, que trabalhava em uma lanchonete em frente da casa dela, começou a se sentir mal no dia 18 de maio.

“Ela sentiu tonturas e levamos para o posto de saúde do bairro Coophavila 2 e lá trataram o caso como dengue. Ela ficou quatro dias internada no posto e só piorava”, lembra Márcia.

Diante da piora do quadro de saúde e a falta de vagas em hospitais, a família deu início a uma busca por um leito que tivesse mais condições de atender Maria. A busca terminou no dia 21 de junho, quando a família conseguiu, por conta própria, uma vaga no Hospital Regional. Os parentes precisaram assinar um termo de responsabilidade para retirar a paciente do posto de saúde.

“Tivemos que retirar por conta própria, no carro e sem oxigênio. Minha sogra estava passando mal e ninguém fazia nada”, desabafa a nora.

Depois de permanecer 15 dias internadas no Hospital Regional, os exames deram positivo para meningite viral e a paciente começou a melhorar. Ainda conforme relato de parentes, os médicos disseram que o tipo de doença que acometeu Maria poderia ser tratada em casa e ela teve alta no dia 4 de junho.

Família se revolta com descaso na saúde pública (Foto: Marcos Ermínio)
Família se revolta com descaso na saúde pública (Foto: Marcos Ermínio)

Na manhã desta terça-feira (17), Maria passou mal e morreu em casa, onde morava com o marido e um neto. O Corpo de Bombeiros chegou a ser chamado, mas a mulher morreu antes da chegada do socorro. A família suspeita que ela tenha sofrido um AVC (Acidente Vascular Cerebral), mas se revolta em relação à falta de acompanhamento médico.

“Ela teve alta e não teve nenhum acompanhamento depois que saiu do hospital”, diz Marcia que também reclama da falta de vaga em hospitais, situação que atrasou o diagnóstico da doença.

Segundo caso – Enéas Márcio de Moura Medeiros, 15 anos, morreu no último dia 11 de junho no HU. Os sintomas começaram a aparecer no domingo (8), um dia depois, surgiram as primeiras manchas vermelhas pelo corpo e ele foi encaminhado ao hospital no dia 10.

O adolescente morava no Bairro Paulo Coelho Machado, na saída para São Paulo, e estudava na Escola Estadual José Barbosa. Amigos contam que Enéas era um menino saudável e alegre. Em Mato Grosso do Sul, de 2011 a 2013, 28 pessoas morreram por conta da meningite bacteriana.

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