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Capital

Mulher pediu ajuda em comitê político antes de ser resgatada pela polícia

Mulher foi encontrada pelo GOI com hematomas, sem acesso a celular e sem comida

Dayene Paz | 28/09/2022 08:32
Mulher pediu ajuda em comitê político antes de ser resgatada pela polícia
Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande, onde funciona a Deam. (Foto: Marcos Maluf)

A mulher, de 32 anos, resgatada pelo GOI (Grupo de Operações e Investigações), em Campo Grande, pediu ajuda em comitê político onde trabalhava três dias antes. A vítima passou o fim de semana sendo agredida pelo marido, de 26 anos, além de ser mantida em cárcere e sem comida, no Bairro Zé Pereira.

Conforme o boletim de ocorrência, na quinta-feira (22), a mulher aproveitou o momento em que ficou sozinha com a coordenadora do comitê e mostrou o braço roxo, dizendo que o marido a agredia e mantinha em cárcere. A coordenadora incentivou que ela procurasse a polícia, mas a vítima respondeu que já tinha procurado ajuda, mas não foi atendida.

Mesmo assim, a coordenadora insistiu para que a colega procurasse a polícia novamente. Contudo, a vítima afirmou que tinha quatro filhos pequenos com o autor e que as crianças ficavam com os avós paternos. O marido utilizava isso para chantageá-la, afirmando que não devolveria os filhos, caso ela registrasse a ocorrência ou prosseguisse com os outros oito boletins que já havia feito.

Após essa conversa, a vítima trabalhou normalmente no comitê na quinta-feira de manhã, enquanto o marido enviava várias mensagens. Já durante a tarde, ele acompanhou a vítima, que não conseguiu mais conversar com a coordenadora.

Nos dias seguintes, a mulher não retornou ao comitê e na segunda-feira (26), o homem enviou imagens dela com hematomas no rosto para a coordenadora, afirmando que o casal foi vítima de assalto e por isso a vítima não teria ido trabalhar. A coordenadora desconfiou da história, suspeitando que a mulher foi ameaçada a contar o teor da conversa que teve no comitê, sendo agredida e mantida em cárcere.

A coordenadora procurou a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) e relatou a suspeita que tinha. Os investigadores do GOI foram até a casa no Zé Pereira, encontraram a vítima, que confirmou estar sendo agredida e mantida em cárcere pelo marido. Os investigadores ainda constataram que ela estava sem celular, sem televisão e muito menos comida, então levaram o casal até a Deam.

Na delegacia, a vítima contou que convive com o autor há cinco anos. Na sexta-feira (23), foi agredida após discussão do casal. Depois, ele a manteve em cárcere privado no sábado e domingo. A vítima não quis representar contra o marido e muito menos pediu medida protetiva.

O caso foi registrado na Deam como sequestro e cárcere privado, violência psicológica contra a mulher e lesão corporal no âmbito da violência doméstica. Não há informações se o autor foi liberado da delegacia.

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