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Capital

Mulher recorre à Justiça para manter gravidez que exige injeção diária

Juliana Brum | 29/07/2015 16:35
Karen nasceu de cinco meses e enfrenta o mesmo problema para dar luz ao primeiro filho (Foto: Facebook)
Karen nasceu de cinco meses e enfrenta o mesmo problema para dar luz ao primeiro filho (Foto: Facebook)

A demora da justiça em viabilizar injeção à grávida de risco comoveu e mobilizou vários interessados em ajudar em custear o medicamento, que custa caro e deve ser aplicado até 45 dias após o nascimento. A jornalista Karen Andrielly, 29 anos, conta que é fruto de uma gestação de risco. Ela nasceu de 5 meses no interior do Mato Grosso e, pelo o que sua médica acredita, esta trombofilia gestacional tem 99% de chances de ser hereditária.

Agora, grávida, ela enfrenta o mesmo problema da mãe. No entanto, já venceu a primeira etapa em que o feto poderia não ter sido formado. No sexto mês (24 semanas), nesta etapa o risco é que a criança possa nascer prematuramente a qualquer momento. Por este motivo, Karen precisa aplicar na barriga uma vez por dia a injeção Clexane, que afina o sangue e fortalece a placenta impedindo um aborto prematuro. A jornalista já teve abortos em 2013 e 2014.

O medicamento já foi solicitado à Justiça, que determinou a aquisição e entregue à paciente. Segundo o prazo dado para que o município ou o Estado entregue a injeção, Karen corre risco de já ter dado à luz sem receber o auxílio do poder público.

Ela descobriu a trombofilia após ter feito 26 diferentes tipos de exames para descobrir o motivo dos abortos anteriores. E contou que não poderia engravidar agora, pois estava no meio de um tratamento para recuperar o útero, mas foi pega de surpresa e está tomando todos os cuidados para que vença mais esta etapa.

O tratamento exige a aplicação de uma injeção, que custa R$ 50, por dia. O tratamento deve ser feito por nove meses até depois do parto.

Sobre a doença - A trombofilia é um problema grave de saúde, que pode ser a causa de "abortos sem explicação". A doença precisa ser tratada o mais rápido possível. Se ignorada, pode trazer sérios problemas para a mãe e até causar a morte do bebê. O risco é que os coágulos obstruam os vasos sanguíneos, causando o entupimento das veias dos pulmões, coração e cérebro materno, como também obstruindo a circulação na placenta.

É importante que o ginecologista que acompanha a gestante conheça o histórico da paciente e faça um acompanhamento mais detalhado caso tenha história pessoal ou familiar de trombose ou tenha sido registrado mais de dois abortos.

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