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Capital

Na aldeia Marçal de Souza, fila para receber doação de arroz, frutas e legumes

Doações serão feitas a 3,2 mil famílias em MS; hoje, 90 cestas foram entregues na Aldeia Marçal de Souza

Silvia Frias e Bruna Marques | 18/11/2021 10:58
Na cesta, frutas, legumes, leite e pacotes de arroz e feijão: "Ajuda muito", diz Hilda. (Foto: Marcos Maluf)
Na cesta, frutas, legumes, leite e pacotes de arroz e feijão: "Ajuda muito", diz Hilda. (Foto: Marcos Maluf)

Famílias indígenas em Mato Grosso do Sul estão recebendo cestas básicas com pacotes de arroz, feijão, além de frutas e legumes em ação que irá atender os listados em situação de vulnerabilidade social. Serão 3,2 mil doações até dia 27 de novembro.

A doação é organizada pela Fundação BB (Banco do Brasil), com apoio da APOMS (Associação dos Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul) e parceiros.

Hoje, 90 cestas básicas estão sendo entregues na Aldeia Marçal de Souza. Na semana passada, os itens já foram entregues na Aldeia Água Bontia (210). Amanhã, serão doados para moradores na Santa Mônica (20) e, no sábado, mais 30 na Central do Trabalhador.

Moradores da aldeia Marçal de Souza (Foto: Marcos Maluf)
Moradores da aldeia Marçal de Souza (Foto: Marcos Maluf)

Estão sendo repassadas duas cestas por família, contendo pacotes de arroz, feijão, farinha de mandioca e dois litros de leite de saquinho. A outra contém frutas (mamão, banana e tomate), legumes (repolho, cenoura, beterraba, abóbora), além de batata doce, mandioca, cebola, pacote de café, pão caseiro e um litro de sabão de álcool.

A artesã Tiana Almiri de Jesus, 62 anos, é voluntária da CTES (Central dos Trabalhadores da Economia Solidária Pessoa), uma das entidades participantes do projeto. Ela explicou que este ano contemplaram aldeias que não haviam entrado no projeto realizado ano passado.

Além de Campo Grande, os voluntários estão entregando 160 cestas para famílias no distrito de Tauany, em Aquidauana, sendo 80 para o distrito e outras 80 para Aldeia Imbirussu e, à tarde, na aldeia urbana de Aquidauana. Em Dourados, serão mais 670 cestas para indígenas das aldeias Bororó, Jaguapiru e Panambizinho.

Doações também se repetem no interior do Estado. (Foto: Marcos Maluf)
Doações também se repetem no interior do Estado. (Foto: Marcos Maluf)

“A prioridade para ação é para indígenas, levando em conta que temos muitas famílias das aldeias vivem em vulnerabilidade social”, disse Tiana. Os alimentos doados foram comprados de produtores da agricultura familiar e empreendimentos econômicos solidários. “Ajuda quem vende na roça e quem precisa comer na cidade”, disse a artesã.

A aposentada Hilda Antônio da Silva Francelino, 65 anos, cedeu a casa como ponto de distribuição dos mais de 80 toneladas de cestas básicas enviadas pelos doadores. Ela também é uma das beneficiadas na ação.

Da etnia terena e moradora da aldeia há 25 anos, ficou surpresa em receber até legumes na cesta. “Esse tipo de ação é muito bom para quem tem muitos filhos, para idoso que não consegue se aposentar", disse. “Muitas vezes, só uma pessoa na casa trabalha e essa doação ajuda muito”, avaliou Hilda.

Maria ficou emocionada ao receber doação. (Foto: Marcos Maluf)
Maria ficou emocionada ao receber doação. (Foto: Marcos Maluf)

A doméstica Maria da Rosa Silva, 66 anos, também mora há 25 anos na aldeia, sendo casada com indígena da etnia terena. Além deles, também vive no local o filho de 40 anos, servente de pedreiro, que está sem emprego fixo e vive de bicos.

“A gente se vira como pode, não sou aposentada, não ganho renda nenhuma, é ajuda muito grande”, explicou emocionada, contando que o marido está sem trabalhar, à espera de cirurgia no joelho. “Catamos latinha para viver, para sobreviver; e Deus é muito bom em mandar esse alimento”.

Maria já estava planejando o cardápio do almoço: abobrinha, salada e arroz. “Só não vai ter feijão, porque já está tarde para cozinhar”.

Parceiros – A ação conta com apoio ainda da Fundación Mapfre, BB DTVM, BB Consórcios, Cielo e Livelo.

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