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Capital

Na Bandeirantes, garagens 'roubam' lugar de pedestre para expor veículos

Pedestres reclamam de falta de fiscalização enquanto órgãos de segurança afirmam que as infrações são graves e passíveis de multa

Guilherme Henri | 14/12/2018 06:24
Fila dupla de carros para venda em frente a garagem (Foto: Kísie Ainoã)
Fila dupla de carros para venda em frente a garagem (Foto: Kísie Ainoã)

Na Avenida Bandeirantes, a disputa das garagens de veículos pela clientela não deixa espaço para o pedestre atravessar uma calçada ou um comerciante estacionar o próprio carro. O perímetro, entre a Rua José Pais de Farias e 26 de Agosto mais parece um shopping a céu aberto com os carros de garagens estacionados até em fila dupla com anúncios promocionais.

O show de irregularidades atrapalha, irrita e também coloca em risco quem passa por ali. É o que conta o autônomo Celso da Silva, 39 anos, que precisou entrar na rua para conseguir atravessar calçada bloqueada por uma caminhonete em frente a uma garagem.

“Numa dessa você pode acabar atropelado. Antes de mais nada é falta de educação isso, acredito que deveria ter mais fiscalização. Como faz isso em uma avenida inteira e ninguém vê?”, questiona o pedestre.

Cilene Freitas e os filhos (Foto: Kísie Ainoã)
Cilene Freitas e os filhos (Foto: Kísie Ainoã)
Autônomo Celso da Silva (Foto: Kísie Ainoã)
Autônomo Celso da Silva (Foto: Kísie Ainoã)

Mais adiante foi possível ver que Cilene Freitas, 54 anos, e os filhos atravessaram a rua para evitar os bloqueios dos carros nas calçadas. “É sempre assim aqui. Passamos todos os dias para ir a igreja e você tem que fazer uma verdadeiro malabarismo para passar entre os carros”, detalha.

Já o aposentado Celso Maran, 75 anos, diz que a sobrinha que carrega não é apenas para protege-lo do sol, mas também para evitar de tomar banho em frente as garagens pela manhã. “Eles lavam os carros na rua mesmo e quem ta passando que se cuide. É uma falta de educação isso. A fiscalização deveria ser mais severa e atuar esses comércios”, destaca.

Impossível estacionar – Entre outros comerciantes da avenida a reclamação é apenas uma: não há onde estacionar. Porém, o difícil mesmo foi encontrar algum sem medo de se indispor com o vizinho.

A reportagem fez caminho relatado por autônomo, veja:

Dono de uma loja de xerox, Wagner Rodrigues, 41 anos, diz que no seu caso o jeito foi chegar na camaradagem. “Tenho um bom relacionamento com meus vizinhos garagistas e com jeitinho você pede um espaço para estacionar o seu carro ou mesmo do cliente”, aconselha o empresário.

O problema mesmo é quando o garagista se aproveita de qualquer espaço vago e deixa enfileirados até 15 carros rente ao meio fio. “É um transtorno só. Todos os dias você trava uma verdadeira batalha para conseguir encontrar um estacionamento. Mas, o pior é quando o seu cliente passa por isso e até acaba desistindo de ir até seu estabelecimento”, detalha dono de uma loja especializada em produtos de limpeza – que não quis revelar o nome para não se indispor com os vizinhos.

Fiscalização existe? - A equipe de reportagem permaneceu no local das 12h30 até às 15h30 e no período não viu nenhuma equipe da Agetran (Agência Municipal de Trânsito) ou mesmo do Bptran (Batalhão de Trânsito da Polícia Militar).

Caminhonete estacionada em cima de calçada bloqueia o passeio público (Foto: Kísie Ainoã)
Caminhonete estacionada em cima de calçada bloqueia o passeio público (Foto: Kísie Ainoã)
Pedestres precisam entrar na avenida para conseguir passar (Foto: Kísie Ainoã)
Pedestres precisam entrar na avenida para conseguir passar (Foto: Kísie Ainoã)

Ao Campo Grande News, o gerente de Fiscalização da Agetran, Carlos Guarini, afirma que a pratica de estacionar carros na calçada interrompendo o passeio público e fila dupla são infrações graves. A penalidade nos dois casos é menos cinco pontos na carteira mais multa de R$ 195,23.

“Nossas equipes passam sim no local, porém a situação será revista. Inclusive vamos entrar em contato com a Semadur para ver as possibilidades sobre a questão dos estacionamentos”, esclarece.

O comandante do Batalhão de Trânsito, o tenente coronel Franco Alan, afirmou que vai pedir para incluir o trecho da Avenida na rota de fiscalização das equipes. “Tudo é passível de multa. Essa pratica é bem comum”, destaca.

Buraco perto de bueiro na Avenida Bandeirantes (Foto: Kísie Ainoã)
Buraco perto de bueiro na Avenida Bandeirantes (Foto: Kísie Ainoã)

Avenida Bandeirantes é importante veia de Campo Grande

A Avenida Bandeirantes tem 4 quilômetros de extensão e liga a Avenida Afonso Pena a Avenida Marechal Deodoro, tornando-se uma via rápida para motoristas atravessaram a cidade. 

Conforme a prefeitura, a avenida surgiu na década de 1960 em Campo Grande e na época era um das principais vias da Capital sendo que chegou até ser mão dupla. Contudo, tanto o tempo quanto o fluxo de veículos no local contribuiu para o desgaste no asfalto. 

Prova disso, são os inúmero remendos evidentes ao longo da avenida feitos por operações tapa buracos. Além disso, em alguns pontos há buracos e até crateras perto de bueiros.

Em julho deste ano, a secretaria de Infraestrutura do município abriu licitação para sinalização no trecho que vai até a avenida Afonso Pena, por R$ 775 mil e recapeamento com custo previsto de R$ 8,7 milhões. Porém, o início destas obras estão previstas no início de 2019.

Confira a galeria de imagens:

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