Na Comunidade Vitória, dia é de limpeza, doações e de olhos para o céu
Famílias recebem cobertores, cestas básicas e lonas, mas querem moradia definitiva
O sol e a temperatura de cerca de 28ºC não enganam quem mora na Comunidade Vitória, no Bairro Lageado. Por lá, a água empoçada entre os barracos e sobre as lonas mostra que o temporal dos últimos dias deixou rastros e temor de mais chuvas pela frente.
RESUMO
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Chuvas intensas atingem a Comunidade Vitória, em Campo Grande, deixando rastros de destruição e famílias desabrigadas. Cerca de 60% das 200 famílias que residem na comunidade foram afetadas pelo temporal, que causou alagamentos e danificou moradias precárias. Equipes da Prefeitura Municipal, por meio do CRAS Los Angeles e da EMHA, prestaram assistência às famílias, distribuindo lonas, cestas básicas e cobertores. A regularização fundiária da área está sendo estudada para oferecer soluções de moradia digna aos moradores. Um programa de atenção integral às famílias também será implementado para identificar as principais vulnerabilidades e demandas da comunidade.
Hoje, equipe do Cras Los Angeles (Centro de Referência de Assistência Social) foi até a área da Comunidade Vitória 2 para distribuição de 13 lonas, 14 cestas básicas e 20 cobertores. Ontem, foram distribuídas 15 lonas e 15 cestas básicas na área do Vitória 1.
Vários moradores estão colocando estacas para aumentar os barracos, limpando o que ficou sujo com lama e os varais estão cheio de roupas. Adultos e crianças passam pelas grandes poças de lama.
A diarista Daiane Djanadayo Rodrigues, 37 anos, líder comunitária do Vitória 2, disse que a área é ocupada por cerca de 200 famílias e pelo menos 60% da comunidade foi atingida pelos temporais. “Vai ter que trocar praticamente todas as lonas, mas a gente precisa mesmo é de moradia digna, para não passar por isso aqui”.
O chefe da regularização fundiária da Emha (Agência Municipal de Habitação), Rogério Sebastião Buzzo, diz que está sendo estudada uma maneira de resolver a situação das famílias, e que hoje, por enquanto, está sendo feito atendimento primário para dar condições básicas.
A assistência social do Cras Los Angeles, Neusa Bento Moreira, que a comunidade foi formada há cerca de quatro meses e que somente agora, após a chuva, é que as famílias estão sendo acompanhadas. “Aqui foi observada muita vulnerabilidade, muito risco”, disse.
Líder da Comunidade Vitória 1, Wanelle Fernandes Alves, 27 anos, diz que priorizou os mais necessitados. “Perderam cama, roupa, documento, cobertor, tudo”, contou. Ela teme pelos próximos dias. “Esses barraquinhos não aguentam chuva não”.
Posteriormente, os moradores vão ser inseridos no PAIF (Programa de Atenção Integral à Família), que irá identificar as demandas deles e principais vulnerabilidades.
As chuvas afetam as comunidades Vitória e Nova Esperança desde o dia 18, cenário que já era de precariedade, ficou desolador.
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