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Capital

Na fila da vacina, ansiedade é dobrada para quem viu covid de perto

Em um dos pontos de vacinação, relatos são da dor de perder alguém para uma doença que mata de repente

Jhefferson Gamarra e Bruna Marques | 19/06/2021 08:26
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Neste sábado (19), Campo Grande iniciou a imunização contra a covid-19 de pessoas acima de 48 anos. Mesmo antes de abrir os portões, previsto para as 7h, quase 100 carros estavam enfileirados no posto de vacinação instalado no Albano Franco.

Diante do trágico cenário da pandemia, com quase 500 mil mortes em todo o Brasil, a oportunidade de se vacinar renova as esperanças entre pessoas que tiveram familiares que não sobreviveram ao vírus. Entre os que aguardavam na fila na Avenida Mato Grosso, muitos haviam perdido parentes para a doença. Os relatos dos familiares de quem não sobreviveu ao vírus mostram as faces da pandemia e a importância da imunização.

Primeiro da fila neste sábado, Edson de Castro perdeu a irmã para covid-19 recentemente (Foto: Henrique Kawaminami)
Primeiro da fila neste sábado, Edson de Castro perdeu a irmã para covid-19 recentemente (Foto: Henrique Kawaminami)

Na expectativa pela vacina, o eletricista Edson de Castro, 48 anos, que há dois meses perdeu a irmã para o vírus, chegou às 00h30 no Albano Franco e garantiu o primeiro lugar na fila.

“Minha irmã faleceu de covid há dois meses. Não deu tempo dela vacinar. Desde que começou a doença minha vontade de vacinar era muito grande e depois que eu perdi minha ela essa vontade aumentou. Cheguei bem cedo porque fiquei com receio de acabar as doses. Para melhorar essa situação só se vacinando mesmo”, relatou Edson.

Adelair de Fátima Borges deixou a fazenda onde mora para se vacinar (Foto: Henrique Kawaminami)
Adelair de Fátima Borges deixou a fazenda onde mora para se vacinar (Foto: Henrique Kawaminami)

Mesmo morando em uma zona rural, a 40 quilômetros da Capital, a artesã Adelair de Fátima Borges, 48 anos, não perdeu tempo e correu para se vacinar assim que soube da abertura do novo calendário, principalmente após perder o avó para o vírus.

“Em dezembro meu avô faleceu, ele estava isolado há 6 meses na fazenda conosco e quando veio pra cidade em 20 dias ele pegou a doença, ficou uma semana internado e morreu. Ficamos chateados de perder ele, pois não teve tempo de vacinar, logo depois que ele faleceu a vacina chegou, se tivesse vindo um pouco ele estaria aqui”, comentou.

A dor de perder um parente também aumentou a ansiedade pela vacina na família de Heroqueline Oliveira de Souza, 48 anos. A comerciária perdeu uma sobrinha que estava grávida de 8 meses para o vírus.

“Sempre quis tomar a vacina, esse é o ponto de partida para tudo voltar ao normal e, com certeza, vai. Infelizmente muitas pessoas queridas se foram, perdemos uma sobrinha grávida de 8 meses com 32 anos o neném sobreviveu, mas ela infelizmente não, ficou 18 dias intubada e deixou o recém-nascido e outra criança. Quando alguém morre próximo o anseio pela vacina aumenta muito” afirmou.

A doença levou a sobrinnha de Heroqueline Oliveira de Souza, grávida de 8 meses (Foto: Henrique Kawaminami)
A doença levou a sobrinnha de Heroqueline Oliveira de Souza, grávida de 8 meses (Foto: Henrique Kawaminami)

Vacinômetro - Informação demonstrada no painel de vacinas de Campo Grande, mostra que 341.795 pessoas já receberam a primeira dose da vacina contra covid-19. Destes, 138.447 foram imunizados com as duas doses.

Confira abaixo os horários e locais de vacinação contra a covid-19 deste sábado (19):  

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