Na pandemia, gás doado para mães da favela se tornou presente para família toda

Com mês das Mães celebrado em plena pandemia, o botijão de gás passou de item básico para sobrevivência a presente para ser divido com toda a família. Ação da Cufa (Central Única das Favelas)  já fez a recarga de mais de 800 botijões de gás em bairros da periferia de Campo Grande. Nesta segunda-feira, foram contempladas moradoras da região do Jardim Tijuca, Caiobá, Santa Emília e São Corando.

Luciana Ferreira da Silva, 28 anos, foi uma das contempladas com a doação de hoje. Costureira, ela trabalhava de maneira informal em um ateliê da cidade, até o início da pandemia do novo coronavírus. “Onde eu trabalhava, a pessoa fechou”, relatou.

Mesmo com máquina de costura em casa e disposição para pegar serviços, ela afirma que a renda caiu quase 90%. “Quase ninguém tem procurado. O serviço está quase zero. Ninguém está gastando”, lamentou.

O gás vai representar uma pequena folga no orçamento. Na casa de Luciana, ela e a filha de 10 anos compartilham dos menos de R$ 1.200 provenientes do emprego do marido. “O gás é uma preocupação a menos”, afirmou.

Desde a última sexta-feira, as doações foram feitas em mais de cinco regiões da cidade. De acordo com a coordenadora-geral de Cufa, em Mato Grosso do Sul, Lívia Lopes Correia, a ação é nacional e é realizada a partir de doações de empresa Gás Brás.

O foco são as mães de famílias moradoras de ocupações e favelas. Doações foram feitas nos bairros Bom Retiro, Região das Moreninhas, Jardim Presidente e Danúbio Azul.  Amanhã devem ser contempladas moradoras, com inscrição prévia, do Bairro Los Angeles.

A Cufa já comtemplou durante a pandemia mais de 1 mil famílias da Capital, com doação de cestas básicas e auxílio de R$ 120.