Namorada confirma discussão com jovem, mas não lembra de agressões
O caso da jovem Giovanna Nantes Tresse de Oliveira, 18 anos, que teria sido espancada na noite da virada do ano pelo namorado, Matheus George Tannous, 19, e está internada com diversas fraturas no rosto, começa a ter alguns fatos esclarecidos. A jovem começou a falar as primeiras palavras hoje (5). Com dificuldade e com falhas da memória, ela relatou aos pais e parentes que se recorda de uma discussão com Matheus sobre os ciúmes dele com o primo da garota, Alan. Quem conta essa versão é a tia de Giovanna, a vendedora Andressa Montini .
De acordo com Andressa, os três já moraram juntos e depois de muitas brigas que tiveram como pivô o ciúme de Matheus com Alan, o primo de primeiro grau precisou sair da casa. “Alan e Giovanna foram criados juntos na mesma casa, são muito apegados. Depois de um tempo morando juntos, tive que pedir para o Alan voltar para minha casa, pois eles iam se pegar na agressão. Hoje ela falou as primeiras palavras, ainda meio confusa, citou que se lembra de uma discussão com Matheus, após pedir a ele para voltar a falar com o primo”, revela a tia.
“A família toda está em pânico. Nunca esse menino deu indícios de que agrediria minha sobrinha. Queremos que ele pague pelo o que fez. Ele está se divergindo nas versões que conta. Primeiro ele fala que ela caiu pra gente. Para a polícia ele fala que ela tomou remédios para depressão e depois teve um ataque e ficou batendo com a cabeça no chão”, completa Andressa.
Segundo a tia, uma das melhores amigas da Giovanna entrou em contato pelo telefone e a revelou que a vítima havia reclamado alguns atrás da agressividade de Matheus nos últimos dias. “Surpreendeu-nos, nunca demonstrou ser uma pessoa agressiva, sabíamos dos ciúmes, mas não acreditamos que ia chegar a esse ponto. Apesar do jeitão quieto e de não gostar de trabalhar, pois seu pai o sustenta, parecia um bom rapaz”, avalia a tia.
Matheus ligou para o sogro para comunicar do possível acidente que a jovem teria sofrido e quem prestou os primeiros socorros foi um vizinho médico, conta Andressa. “Chegaram para socorrer, ele (Matheus) estava com as mãos toda ensanguentada e chorava”, relata.
Andressa conta ainda que o pai de Matheus, o médico Michel Georges Tannous, prometeu processar toda a família de Giovanna por estarem expondo o filho da forma negativa por algo que ele não teria feito.
O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi chamado para atender o caso e encontrou a vítima inconsciente e gravemente ferida. Giovanna estava com traumatismo craniano e foi levada, entubada, para a Santa Casa.
Policiais militares também atenderam a ocorrência e vistoriaram o apartamento, que não tinha evidências de luta corporal. Só havia sangue no lugar em que Giovanna teria caído. No entanto, ainda conforme a Polícia Civil, o jovem Matheus estava com o corpo coberto pelo sangue da vítima.
O registro policial ainda informa que Matheus ligou para o porteiro pedindo ajuda. Os primeiros socorros foram prestados por um médico que também mora no edifício.
Facebook – O caso da suposta agressão ganhou repercussão na rede social Facebook na noite de ontem (4). O usuário Alexandre Panziera postou uma foto de Giovanna com o rosto bem inchado. Até o momento, a publicação recebeu 371 compartilhamentos.
“Namorada de filho de médico foi encontrada em apartamento desmaiada com o rosto totalmente desfigurado em estado crítico com varias fraturas na face como o maxilar quebrado em 4 partes”, escreveu o usuário.
O pai de Matheus, foi procurado pelo Campo Grande News para apresentar a versão do rapaz sobre os fatos. Ele diz que no dia 1º de janeiro, “os dois estavam bêbados na passagem do ano e ela caiu”.
“Estamos esperando a perícia. Esse termo de agressão não convém agora. Estou sendo sincero e estou chateado com essa situação. Estão falando isso antes do laudo pericial e vou tomar providencias. Os advogados estão a postos e tudo será esclarecido”, afirma.
Para o médico, os jovens se amam e não houve agressão. “Meu filho é um garoto bom, não é de agredir ninguém. Não estou passando a mão na cabeça. Estou apenas aguardando a perícia”, concluiu.
O caso é investigado pela DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).